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Argentina mantém controle da inflação e projeta 5,8% para maio

O corte ocorre com otimismo crescente do BC local sobre a redução da inflação mensal mais rápido e ágil do que o esperado.

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  • O Banco Central Argentino reduziu sua taxa de juros de referência de 70% para 60% ao ano
  • BC da Argentina está otimista sobre a possibilidade de uma queda mais rápida na taxa de inflação mensal, mas reconhece os desafios na restauração dos níveis de reservas
  • A Reuters havia adiantado que o corte de 10 pontos na taxa de juros foi confirmado pelo órgão responsável

O Banco Central da Argentina reduziu sua taxa de juros de referência de 70% para 60% ao ano, conforme anunciado pela autoridade monetária na quinta-feira (25). Este é o segundo corte na taxa básica neste mês, refletindo a crescente confiança do governo em controlar a inflação.

O BC da Argentina está otimista sobre a possibilidade de uma queda mais rápida na taxa de inflação mensal, mas reconhece os desafios na restauração dos níveis de reservas em moeda estrangeira. Durante uma apresentação em Washington, nos EUA, o vice-presidente do Banco Central, Vladimir Werning, fez a declaração. Isso é crucial para a recuperação econômica do país, que enfrenta uma inflação anual de quase 300%.

A Reuters havia adiantado que o corte de 10 pontos na taxa de juros foi confirmado pelo órgão responsável, conforme fontes do setor financeiro.

Há duas semanas, o BC argentino cortou 10 pontos na taxa de juros devido à desaceleração “acentuada” da inflação durante a campanha de austeridade de Javier Milei. As políticas fiscais rígidas de Milei têm estimulado o otimismo dos investidores na Argentina, impulsionando ações, títulos e o peso. No entanto, os níveis de pobreza estão aumentando junto com a recessão econômica, à medida que a atividade, a produção e o consumo declinam.

A inflação anual se aproxima de 300%, as reservas cambiais estão esgotadas e os índices de pobreza continuam a aumentar, conforme relatos da Reuters.

Projeções

As projeções para abril e maio, de 10,8% e 9%, respectivamente, estão abaixo das últimas estimativas dos analistas. O Banco Central vê isso como um sinal de maior confiança nas perspectivas de preços, enfrentando um dos principais desafios econômicos de Milei. A Argentina atualmente tem a maior inflação anual do mundo.

O banco argentino destacou o aumento das reservas este ano, mas alertou que ainda estão negativas em cerca de US$ 4,2 bilhões, excluindo certos títulos e passivos.

Em 19 de abril, as reservas líquidas somavam US$ 552 milhões, segundo cálculo do FMI, incluindo esses títulos, explicou o BC.

Milei anuncia 1° superávit fiscal trimestral da Argentina desde 2008

Na segunda-feira (22), o presidente da Argentina, Javier Milei, anunciou que o governo registrou seu terceiro superávit mensal consecutivo. Em pronunciamento à nação, Milei informou que o excedente fiscal financeiro foi de cerca de 275 bilhões de pesos em março. Durante seu discurso, Milei afirmou que o resultado alcançado representa 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB) do país no período. Marcando, assim, o primeiro superávit trimestral desde 2008.

“Um marco que deve deixar todos nós orgulhosos como país, em particular, dada a herança que herdamos. […] O excedente fiscal, que parece simplesmente uma definição técnica, que não faz diferença na vida dos argentinos não é, nem mais e nem menos, do que o único ponto de partida para terminar de uma vez com o inferno inflacionário que vive a Argentina”, citou Milei.

Na esteira da desaceleração da inflação registrada em março, o dado reflete uma queda para 11%, em comparação com a alta de 13,2% em fevereiro. Este é o terceiro mês consecutivo de redução após uma variação mensal de 25,5% em dezembro.

Nos últimos 12 meses, entretanto, o indicador manteve uma trajetória de alta, atingindo 287,9%, o maior valor em décadas.