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Até onde vão o Dólar e a Selic em 2023?

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Tirem suas bolas de cristal da gaveta. Chegou o momento que os economistas, analistas, e até mesmo especulantes do mercado financeiro mais esperam no ano: especular os rumos para a economia no próximo ano.

Apesar das raízes do “papo de boteco” a discussão e a análise dos rumos da economia revelam muito sobre as expectativas do mercado como um todo, e nos ajudam a traçar uma nova perspectiva para nossos investimentos. O que pode inclusive, ser a diferença entre seus investimentos serem ou não rentáveis neste novo ano.

O checkpoint

Você já abriu algum videogame? Apesar de serem um hobby, algum destes jogos de trazem interessantes lições, como os checkpoints:

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Checkpoint no Jogo Sonic the hedgehog

Um ponto para salvar o seu progresso, onde você pode refletir se está fazendo a coisa certa, e se for necessário, mudar suas atitudes para obter sucesso.

O checkpoint do mercado financeiro está batendo nas nossas portas nesta virada de ano, e podemos recalcular a rota com base no nosso progresso até aqui. Ainda mais considerando que chegar até aqui, no mercado de capitais de 2022 não foi tarefa fácil.

A Retrospectiva de 2022 da economia começa com um olhar da inflação gerada por medidas preventivas para a pandemia Covid começou a explodir ao redor do planeta. Para piorar a situação, uma crise de energia estourou juntamente com o conflito entre Rússia e Ucrânia na Europa, players significantes nos segmentos energéticos, fomentando ainda mais as raízes da inflação global. 

A crise de produção e o medo da escassez aumentou os preços de algumas commodities, inflando diretamente toda a escala de produção global. Um baita jeito de começar o ano não é mesmo? 

Para corrigir as movimentações, os bancos centrais se viram obrigados a adotarem uma política ainda mais restritiva de juros. O Banco Central Europeu saiu das taxas negativas, e o FED, o banco central americano, também adotou a maior taxa de juros das últimas décadas. 

O novo ponto de partida

Apesar do sentimento de “ano novo e vida nova”, não se engane. 2023 irá começar exatamente do ponto de onde paramos. Indicadores de inflação seguem mostrando que o problema ainda não acabou, apesar do bom controle econômico adotado pelo Banco Central, com uma forte política de juros, ainda temos muito da inflação para combater.

Para os que já estão familiarizados com política econômica, o aumento dos juros era obvio. Afinal, o aumento da Selic é a mais básica ferramenta de controle de inflação.

Considerando que, um juro mais alto onera o consumo e os investimentos, o que retira a circulação de produtos e serviços “cortando pela raiz” os problemas inflacionários. O mercado americano corrige este movimento, com o recente aumento dos seus juros. E se a principal economia mundial puxou a fila, o Brasil não ficaria de fora.

A alta dos juros não é uma boa notícia para o mercado em geral. Afinal, conforme dito, altas taxas deixam o capital mais oneroso. As empresas seguram mais seus investimentos e, por consequência, não devem apresentar grandes disparadas operacionais.

No entanto, o mercado também precifica uma alta nos juros como uma resposta de que “o avião ainda possuiu um piloto”.

Analistas do BTG Pactual esperam que este movimento de correção nos juros globais sigam durante 2023, e especulam uma taxa Selic terminal de 12,75% em 2023.

Para o Bank Of America (BofA), o início do ciclo de cortes da Selic deve começar em junho do ano que vem. Outras instituições têm adiado a previsão desse início para 2024. O banco estima o IPCA 2022 em 5,8% e o 2023 em 4,8%. O principal risco para a projeção no próximo ano, segundo o chefe de estratégia para América Latina do banco, David Beker, é a volta dos impostos sobre os combustíveis.

Por ora, a redução do IPCA em 2023 permitirá que o BC inicie um ciclo de flexibilização da taxa Selic em junho. Em relação aos dados de novembro, divulgados hoje pelo IBGE, Becker avalia que alimentos no domicílio, eletrodomésticos e itens de higiene pessoal foram as principais surpresas negativas.

O dilema entre o risco fiscal e o crescimento da capacidade produtiva também afeta outro importante indicador do mercado financeiro, o dólar.

De olho no dólar e no mercado internacional

O principal fator que define a taxa de câmbio de uma nação, em uma política de câmbio flutuante, é a reserva cambial. Em outras palavras, o valor do dólar depende da quantia de dólar que existe guardado no banco central, e isso é possível graças ao conceito da oferta e da demanda.

Para entender é bastante simples: se o governo tiver muitos dólares (oferta) e a demanda por esses dólares for constante, o governo consegue “vender” estes dólares por um valor menor.

Por isso, quando por exemplo, o Brasil possui uma grande quantia de dólares em suas reservas cambiais, o valor do dólar em relação ao real cai, pois, assim “existem” mais dólares ofertados que a demanda está exigindo.

Assim, para mudanças significativas aconteçam, se torna necessário que as reservas cambiais de dólar no Brasil aumentem. Contudo, isso apenas é possível com investimentos estrangeiros aqui no Brasil. O mesmo também vale para as demais moedas.

As expectativas do mercado

Por isso, as expectativas do mercado funcionam como fator crucial para a variação da moeda. E entre alguns dos principais fatores que justificam a cotação do Dólar é a relação de risco.

O risco país é um indicador importante no mercado internacional. Ele indica a capacidade de um país cumprir com suas dívidas internacionais. Contudo, com as complicações da economia, o risco do País aumenta, e assim o país se torna menos atrativo para investidores estrangeiros.

Considerando o cenário de crise no mercado global, um período pandêmico que resultou em uma alta generalizada da inflação, o esperado seria uma valorização ainda maior da moeda americana. Isto é, considerando que a terra do Tio Sam seria o “lugar mais seguro” para os investidores. Recentemente, até mesmo o Banco Central Americano (FED), considerado por muitos como o mais seguro do planeta, precisou alterar suas taxas de juros, para tentar conter o avanço da inflação. Em escala global, o movimento do FED forçou economias menos “interessantes” (as emergentes) aos investidores aumentarem ainda mais suas taxas de juros, para voltarem a ser atraentes em um contexto econômico global aos investidores internacionais.

Considerando a ralação de risco da economia brasileira e a previsão de indicadores, o BTG Pactual revela que acredita que o dólar baterá o patamar dos R$ 6 em 2023. Em análise da Exame Invest, analistas especulam que o dólar chegue a um patamar entre R$ 5,40 e R$ 5,50.

Aqui no Guia do Investidor, mantemos o palpite de um dólar na faixa dos R$ 5,40 e uma Selic de 12,75% em 2023. Mas e você? Não deixe de acessar nossas redes sociais abaixo e deixar seu palpite!