Hoje ocorreu uma audiência da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado para discutir o caso da Americanas (AMER3), que recentemente anunciou um rombo em suas finanças.
Durante a reunião, Sergio Rial, ex-presidente da empresa, afirmou que, dias antes de assumir o cargo de CEO, identificou uma carência de informação contábil em uma apresentação interna na companhia.
Dois dias depois de assumir o posto, o rombo na empresa foi anunciado e Rial deixou o cargo após apenas nove dias.
Já o atual CEO da Americanas, Leonardo Pereira, afirmou durante a audiência que os acionistas-referência da empresa (Lemann, Sicupira e Telles) estão empenhados em encontrar uma saída para a companhia e que estão comprometidos com o ativo, independentemente do tempo que a recuperação judicial possa levar.
Isaac Ferreira, presidente da Febraban, que também participou da reunião, afirmou que não há uma crise de crédito, que o caso da Americanas é pontual e que a taxa básica de juros é um fator que contribui para a captação mais cara e o risco de crédito maior.
Durante a audiência, senadores criticaram a auditoria da PriceWaterhouseCoopers realizada na Americanas por não ter detectado o problema e também os acionistas-referência por não terem investido mais recursos na empresa no momento em que ela passa por dificuldades.
Também levantaram suspeitas em relação ao depoimento de Rial, que não havia mencionado inicialmente que tinha um contrato de consultoria com a empresa assinado oito meses antes de assumir o cargo de CEO.
Este caso tem gerado grande repercussão no mercado financeiro e entre os investidores, já que a Americanas é uma das maiores empresas do setor varejista no país.
A situação da empresa e a resposta dos acionistas-referência e da Febraban serão acompanhadas de perto pelo mercado nas próximas semanas.