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Ban the Batistas: movimento internacional quer JBS fora da bolsa

A JBS enfrenta resistência para listar suas ações na Bolsa de Nova York, devido a oposição de grupos políticos e acusações de greenwashing. O movimento "Ban the Batistas" tenta bloquear sua listagem, enquanto a empresa busca uma dupla listagem para acessar capital mais barato.

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Reportagem publicada no inicio do mês no Financial Times detalha a oposição crescente a intenção da JBS para se listar na Bolsa de Nova York (NYSE). Entretanto, existem empecilhos travando o desejo da maior produtora de proteína animal em comercializar seus papéis no mercado mais concorrido do mundo, algo que a multinacional vem tentando há mais de uma década.

Enquanto os irmãos Batista estão em processo de renegociação do acordo de leniência firmados no Brasil, a holding enfrenta oposição de movimentos internacionais como o “Ban the Batistas” – Banimento aos Batistas em tradução livre – que tentam impedir a JBS de conseguir acesso ao mercado de capitais americano, segundo informações publicadas no Estadão.

O grupo compostos por políticos dos EUA e do Reino Unido, vem articulando formas de impedir que a empresa encontre espaço para crescer no mercado. A empresa enfrenta também uma acusação da Procuradoria-Geral de Nova York pela prática de greenwashing – lavagem verde traduzindo para o português. O termo consiste na divulgação falsa sobre ações e práticas sustentáveis.

O que é o o Ban the Batistas?

O movimento que reúne parlamentares americanos e do Reino Unido onde a JBS atua através da marca Pilgrim’s Pride Corporation, faz referência aos irmãos Joesley e Wesley Batista. O movimento foi lançado nos Estados Unidos no ano passado com a finalidade de bloquear o plano da JBS de se listar na NYSE.

Informações de O Estado de São Paulo dão conta que financiadores contrataram um escritório de lobby em Washington para atuar contra a empresa brasileira. Sem contar nos 15 senadores americanos signatários de um documento, datado em janeiro deste ano, enviado ao presidente da SEC (Securities and Exchange Commission), Gary Gansler. A carta diz que a aprovação da proposta de listagem da JBS sujeitaria os investidores dos EUA ao risco de uma empresa com um histórico de corrupção flagrante e sistêmica.

“Vimos o coro de grupos independentes de agricultura, meio ambiente e governança, que estavam se manifestando e soando o alarme sobre os riscos de um IPO da JBS, e nos unimos a eles”

Kimberly Spell, em declaração ao Estadão.

Processo de renegociação do acordo de leniência

  • A JBS optou por não participar da renegociação dos acordos de leniência com a Controladoria Geral da União (CGU), determinada pelo ministro do STF André Mendonça no final do mês passado, com prazo de 60 dias.
  • Embora tenha tentado discutir o assunto com a CGU, a empresa não foi convidada para a reunião realizada em 12 de março. Isso ocorreu porque o acordo da controladora J&F, responsável pela JBS, foi fechado com o Ministério Público Federal (MPF) e não com a CGU, ao contrário de outras empresas envolvidas na Operação Lava Jato, que estiveram presentes na audiência com o ministro Mendonça.
  • Analistas indicam que a multinacional provavelmente terá que esperar até o final da fila da CGU se quiser renegociar com o órgão. Isso implicaria começar um novo processo de negociação do zero, o qual normalmente leva cerca de um ano.
  • Em dezembro do ano passado, o Ministro Dias Toffoli suspendeu um acordo de R$10,3 bilhões firmado entre a holding e o MPF como parte da Operação Greenflies, que identificou fraudes nos fundos de pensão. Com essa decisão, o desconto de R$6,8 bilhões à empresa, estipulado pela Corregedoria Nacional do Ministério Público, foi mantido em vigor.