O principal índice da Bolsa brasileira, o Ibovespa, perdeu o patamar dos 100 mil pontos na última semana, de acordo com o JPMorgan.
Os analistas afirmam que o mercado de ações brasileiro deve permanecer pressionado enquanto não houver um corte nas taxas de juros, ou pelo menos, uma perspectiva de um caminho para isso.
O comunicado pós-Copom da reunião de 22 de março, que manteve a Selic em 13,75% ao ano e abriu possibilidade para novos aumentos nos juros, jogou um balde de água fria nas perspectivas para o investimento em ações.
No relatório divulgado pelo JPMorgan, é avaliado que estruturalmente não há grandes elementos que sustentem uma postura otimista com a bolsa brasileira. Entretanto, um pacote fiscal pendente e uma queda eventual nas taxas de juros podem ser capazes de levantar o mercado.
Os estrangeiros estão tirando dinheiro do Brasil nas últimas cinco semanas, enquanto o investidor local começa a usar parte de sua posição de caixa para entrar em um mercado barato. O primeiro trimestre deste ano pode ser o pior em termos de resgates para os fundos multimercados e de ações no país.
O JPMorgan chama a atenção para os novos diretores do Banco Central, que serão nomeados pelo presidente Lula, bem como a pressão do governo que deve continuar pelo menos até que as taxas de juros caiam.
Com relação aos valuations, a dúvida é se eles vão subir com a queda das taxas de juros. A preocupação é que a compressão dos lucros possa continuar, considerando a forte desaceleração econômica já em vigor e uma iminente recessão nos EUA no final do ano.