Mesmo com quedas consecutivas da Selic, principais bancos mantêm taxas de juros ao consumidor inalteradas, revela pesquisa.
Apesar dos cortes da taxa básica de juros pelo Banco Central, os seis maiores bancos do Brasil não têm repassado a redução para os juros ao consumidor. Enquanto a Selic está em 11,25% ao ano após cinco cortes seguidos, os juros médios do empréstimo pessoal permanecem em 7,94% ao mês. Apenas dois dos seis bancos pesquisados reduziram suas taxas, porém marginalmente. Especialistas apontam que a estabilidade nos juros ao consumidor é resultado da tentativa dos bancos em compensar os altos índices de inadimplência.
Instituições financeiras não repassam cortes da Selic para taxas ao consumidor
Apesar dos esforços do Banco Central em estimular a economia por meio da redução da taxa Selic, a realidade nas agências bancárias mostra um cenário diferente. Os seis maiores bancos do país têm mantido suas taxas de juros ao consumidor praticamente inalteradas, mesmo diante dos sucessivos cortes na taxa básica de juros.
Segundo dados da Fundação Procon de São Paulo, a taxa média de empréstimo pessoal nos principais bancos comerciais permaneceu em 7,94% ao mês em fevereiro, com uma diminuição insignificante de apenas 0,01 ponto percentual em relação ao mês anterior. Isso acontece enquanto a Selic alcançou o patamar de 11,25% ao ano, após uma série de reduções iniciadas em agosto de 2023.
Entre os seis bancos avaliados, apenas dois optaram por reduzir suas taxas de empréstimo pessoal em fevereiro, e mesmo assim, as reduções foram mínimas. O Itaú, por exemplo, reduziu sua taxa de 9,57% para 9,53%, enquanto o Bradesco ajustou de 9,64% para 9,61%.
Selic vai continuar em queda? Santander revela projeções
Para o IPCA de 2024, o Santander revisou sua projeção de 3,9% para 3,4%, creditando a expectativa de preços mais baixos das commodities agrícolas e industriais como um fator chave para a contenção da inflação. A instituição alerta, porém, para os riscos de alta na inflação, incluindo o mercado de trabalho tensionado, ajustes no salário mínimo acima da inflação e incertezas geopolíticas.
Quanto ao Produto Interno Bruto (PIB), o Santander elevou sua estimativa de crescimento de 1,2% para 1,5% em 2024, aproximando-se do consenso de mercado. O banco atribui essa perspectiva mais otimista ao aumento dos gastos das famílias, impulsionados por um cenário de emprego favorável, e ao incremento nos gastos governamentais, incluindo o pagamento de precatórios e medidas parafiscais que devem estimular a demanda interna.
Apesar da melhora na arrecadação a curto prazo, o Santander mantém a projeção de um déficit primário de 0,9% em 2024, observando que a meta de zerar o déficit permanece desafiadora. A discrepância para alcançar o resultado previsto no orçamento é estimada em cerca de R$ 290 bilhões em receitas líquidas, o que pode levar a discussões sobre a revisão da meta fiscal na próxima avaliação do orçamento em maio.