Bolsas em NY mostram desempenho misto devido a preocupações econômicas globais; Ibovespa cai pressionado por commodities.
As bolsas de Nova York tiveram um desempenho misto na primeira sessão de agosto, com investidores preocupados com a economia global após a divulgação de índices industriais (PMI) desanimadores. Simultaneamente, o relatório Jolts mostrou um mercado de trabalho resiliente nos EUA, sugerindo um possível aperto monetário pelo Federal Reserve (Fed).
O Dow Jones fechou em leve alta, enquanto S&P500 e Nasdaq tiveram quedas. No Brasil, o Ibovespa acompanhou a cautela externa e cedeu terreno, pressionado pelo desempenho das ações de empresas de commodities.
Cautela global impacta mercados e pressiona Ibovespa
As bolsas de valores em Nova York terminaram a primeira sessão de agosto sem uma direção definida, impactadas por dados econômicos preocupantes.
Os índices industriais, conhecidos como PMI (Purchasing Managers’ Index), despertaram temores entre os investidores sobre o estado da economia global. Ao mesmo tempo, o relatório Jolts, que mede o número de vagas de emprego abertas nos Estados Unidos, mostrou um mercado de trabalho ainda resiliente. Essa resiliência pode justificar um aperto monetário mais acentuado pelo Federal Reserve (Fed), a autoridade monetária do país.
O índice Dow Jones registrou uma pequena alta de 0,20%, terminando o dia aos 35.630,68 pontos. Por outro lado, o S&P500 caiu 0,27%, para 4.576,73 pontos, e o Nasdaq recuou 0,43%, para 14.283,91 pontos. Os retornos dos títulos do Tesouro americano, conhecidos como Treasuries, avançaram.
No Brasil, o Ibovespa, principal índice da bolsa de valores de São Paulo, seguiu a cautela vista nos mercados externos e recuou, pressionado pelo desempenho de ações de empresas ligadas a commodities. O índice fechou com queda de 0,57%, aos 121.248,39 pontos.
O volume financeiro do dia foi de R$ 23,1 bilhões, demonstrando o impacto significativo que as preocupações globais tiveram sobre o mercado brasileiro.
Dólar se valoriza no mercado brasileiro em reflexo da tendência global
Já o dólar abriu o mês de agosto com uma forte valorização frente ao real, refletindo uma tendência de alta da moeda no cenário global. Esta alta vem na sequência de divulgações de PMIs (Purchasing Managers’ Index), índices que medem a atividade econômica, decepcionantes na zona do euro e na China, em contrapartida a indicadores mais otimistas nos Estados Unidos.
Nos EUA, o relatório Jolts – que mede o número de vagas de emprego abertas no país – mostrou um mercado de trabalho ainda resiliente, o que contribuiu para fortalecer o dólar. No Brasil, a moeda americana chegou a R$ 4,80, estimulando um ajuste de posições após uma boa valorização do real no mês de julho.
Os operadores do mercado estão agora de olho na decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), que será anunciada amanhã. Existe uma expectativa de que o Copom possa realizar um corte mais agressivo na taxa Selic, o que poderia impactar o fluxo de moeda estrangeira no país.
Ao final do pregão, o dólar à vista fechou com alta de 1,27%, a R$ 4,7895. O dólar futuro para setembro mostrava alta de 1,35%, a R$ 4,816. Enquanto isso, no cenário internacional, o índice DXY subia 0,36%, a 102,226 pontos. A moeda europeia caía 0,14%, a US$ 1,0982, enquanto a libra esterlina recuava 0,50%, a US$ 1,2773.
Por fim, a curva de juros futuros DI experimentou uma correção temporária, acompanhando o aumento da pressão do dólar (+1,27%), que retornou ao patamar de R$ 4,79, e o aumento das taxas dos Treasuries. No entanto, 90 minutos antes do fechamento, os juros futuros amenizaram parte de seus ganhos, sem um motivo específico para tal comportamento.
Na véspera da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), os traders mantêm uma forte aposta na redução de 0,5 pontos percentuais na taxa Selic na primeira reunião sob o comando de Galípolo, em contraponto ao consenso entre economistas que preveem uma redução menor (0,25 pontos percentuais). Também há especulações sobre um surpreendente corte de 0,75 pontos percentuais. Provavelmente, será uma reunião do Copom emocionante, potencialmente marcada por decisões divididas.
Quanto aos indicadores econômicos do dia, a produção industrial, medida pelo IBGE, surpreendeu ao aumentar 0,1% em junho em relação a maio, contrariando as expectativas médias de uma queda de 0,1%.
No encerramento do mercado, o contrato de juros futuros DI para janeiro de 2024 aumentou para 12,625% (de 12,570%); para janeiro de 2025, para 10,680% (de 10,597%); para janeiro de 2026, para 10,110% (de 10,063%); para janeiro de 2027, para 10,160% (de 10,137%); para janeiro de 2029, para 10,520% (de 10,525%); e para janeiro de 2031, para 10,740% (de 10,760%).