Bolsas de NY em alta influenciam Ibovespa, que retoma 118 mil pontos; dados econômicos e perspectivas do Fed em foco.
Os mercados acionários de Nova York registraram uma forte alta após o relatório Jolts apresentar números abaixo do esperado para as vagas em aberto nos EUA. A reação positiva também se deveu à queda na confiança do consumidor em agosto, sinalizando que o Federal Reserve (Fed) pode adiar aumentos de juros.
O Dow Jones subiu 0,85%, o S&P500 avançou 1,45% e o Nasdaq teve alta de 1,74%. No Brasil, o Ibovespa seguiu o otimismo global, ultrapassando os 118 mil pontos. O mercado doméstico também foi influenciado pela melhora no risco fiscal, com medidas de arrecadação e confirmação de déficit zero em 2024.
Bolsas norte-americanas em alta impactam mercados globais, incluindo o Ibovespa
Os principais índices do mercado acionário de Nova York encerraram a sessão em alta expressiva, impulsionados por uma combinação de fatores que incluíram um relatório Jolts decepcionante e quedas na confiança do consumidor em agosto.
O relatório Jolts revelou que o número de vagas em aberto nos Estados Unidos atingiu seu ponto mais baixo desde março de 2021, totalizando 8,827 milhões em julho, abaixo das expectativas que apontavam para 9,478 milhões. Esse dado, combinado com a queda na confiança do consumidor, levou muitos a especularem que o Federal Reserve (Fed), o banco central americano, poderá adiar quaisquer aumentos nas taxas de juros ainda este ano.
O otimismo gerado por essas perspectivas econômicas influenciou positivamente as bolsas de valores dos Estados Unidos. O Dow Jones registrou um aumento de 0,85%, atingindo 34.852,87 pontos, enquanto o S&P500 avançou 1,45% para 4.497,77 pontos. O índice Nasdaq também apresentou ganhos, fechando com alta de 1,74% e alcançando 13.943,76 pontos.
Além disso, essas altas nos mercados norte-americanos repercutiram em escala global, impactando positivamente o mercado brasileiro.
O Ibovespa, principal índice de ações da B3, retomou o patamar dos 118 mil pontos, fechando o dia com uma alta de 1,10%, aos 118.403,61 pontos. Essa ascensão também foi influenciada por fatores domésticos, como a melhora no risco fiscal proporcionada pelas medidas de arrecadação anunciadas pelo governo e a confirmação do objetivo de déficit zero em 2024 no projeto de Orçamento, que será encaminhado ao Congresso.
O resultado foi um cenário de otimismo nos mercados, refletido tanto nas bolsas de valores quanto nos ativos domésticos. O volume financeiro do dia na B3 totalizou R$ 20 bilhões.
Indicadores econômicos negativos nos EUA e medidas fiscais internas influenciam comportamento do dólar
O mercado cambial foi marcado por uma queda do dólar frente ao real e outras principais moedas globais, influenciado por indicadores econômicos desfavoráveis nos Estados Unidos e um aumento no otimismo em relação ao risco fiscal no Brasil. O dólar à vista fechou com uma retração de 0,42%, atingindo o valor de R$ 4,8546.
O declínio do dólar foi motivado pelo relatório Jolts, que apresentou uma expressiva diminuição na criação de vagas de trabalho em julho nos EUA, sinalizando potenciais desafios econômicos. Além disso, o índice de confiança do consumidor do Conference Board ficou abaixo das expectativas para agosto, aumentando a incerteza em relação à recuperação da economia norte-americana. Esses dados negativos alimentaram a especulação de que o Federal Reserve (Fed), o banco central dos EUA, poderá adiar qualquer decisão sobre mudanças nas taxas de juros.
Internamente, as medidas anunciadas pelo governo brasileiro para ampliar a arrecadação também tiveram um papel significativo na queda do dólar.
Ao introduzir a tributação de fundos exclusivos e offshore, o governo busca fortalecer sua posição fiscal e reduzir a pressão sobre as contas públicas. Essas ações ajudaram a melhorar a percepção do risco fiscal, resultando em um alívio na pressão sobre o câmbio.
No contexto internacional, o índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de moedas, registrou uma queda de 0,62%.
Enquanto isso, o euro e a libra ganharam força em relação ao dólar, refletindo o clima de menor otimismo em relação à economia norte-americana. A tendência do dólar está sendo influenciada tanto por fatores externos quanto internos, criando um ambiente de volatilidade nos mercados cambiais.