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Brasil tem recorde de empresas em inadimplência; 89% são pequenas e médias

Mais de 6,5 milhões de empresas brasileiras encerraram agosto inadimplentes, com 89% delas sendo pequenas e médias empresas.

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Mais de 6,5 milhões de empresas brasileiras encerraram agosto inadimplentes, com 89% delas sendo pequenas e médias empresas.

Em meio a um cenário econômico desafiador, mais de 6,5 milhões de empresas no Brasil terminaram o mês de agosto com dívidas pendentes.

Isso representa um aumento de 5% em relação ao mesmo período do ano anterior. Este número é o mais alto já registrado pela Serasa Experian desde o início de sua série histórica em 2016.

A maior parte das empresas afetadas são micro e pequenas empresas, totalizando 5,8 milhões do total de devedoras. A inadimplência persistente reflete os desafios que os empreendedores enfrentam no atual ambiente econômico.

Micro e pequenas empresas são as mais afetadas pela inadimplência

O Brasil enfrenta um momento econômico turbulento, e as empresas estão sentindo o impacto. Em agosto, mais de 6,5 milhões de empresas encerraram o mês inadimplentes, um aumento de 5% em comparação com agosto de 2022. Este é o maior número já registrado pela Serasa Experian desde que começou a monitorar a inadimplência em março de 2016.

A maior parte dessa inadimplência recai sobre as micro e pequenas empresas (MPEs). Das empresas inadimplentes, 5,8 milhões são MPEs, o que representa 89% do total. Cleber Genero, vice-presidente de pequenas e médias empresas, destacou que a contínua alta da inadimplência reflete os desafios que os empreendedores enfrentam no cenário econômico atual.

“A persistente alta da inadimplência das empresas, que registramos pelo terceiro mês consecutivo, reflete a realidade em que os empreendedores se encontram diante do quadro econômico desafiador ainda presente”, disse.

Ele também observou que as empresas menores são mais vulneráveis à inadimplência devido ao seu fluxo de caixa reduzido e reservas financeiras limitadas.

Além disso, foi revelado que 53% das MPEs inadimplentes pertencem ao setor de serviços, seguidas por comércio (38,6%) e indústria (7,7%). No total, as dívidas negativadas somaram R$ 95,8 milhões, com uma média de quase sete contas atrasadas por empresa. A região Sudeste liderou o ranking de CNPJs negativados com 52,5%, sendo São Paulo o estado com o maior número de empresas inadimplentes.

Em um panorama geral, mais de 6 milhões de empresas acumularam dívidas no valor de R$ 119 milhões. A maioria dessas empresas pertence ao setor de serviços (54%), seguido pelo comércio (36,8%) e indústria (7,6%).

A crescente inadimplência é um sinal de alerta para a saúde financeira do setor empresarial no Brasil e pode ter consequências profundas para a economia como um todo.

Além disso, a inadimplência empresarial pode afetar negativamente a confiança dos investidores e a capacidade das empresas de acessar crédito, o que poderia prejudicar ainda mais o crescimento econômico do país.

São Paulo: inadimplência permanece alta no Estado, representando 24,6%

O Brasil atualmente ocupa a 9º posição entre as melhores economias mundiais, mas segue com um número alto de inadimplentes. De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, a PEIC, apesar do programa de negociação de dívidas, Desenrola Brasil, a inadimplência permanece intacta em São Paulo, totalizando 24,6% em setembro. 

O endividamento permanece elevado no estado com 2.778.755 famílias endividadas, representando 68,7% em setembro, pequena diferença em relação aos 68,9% de agosto. Destes,  440.964 não têm condições financeiras de quitar as dívidas, sendo 10,9% do total. Para o especialista Fernando Lamounier, educador financeiro e diretor da Multimarcas Consórcios: “A instabilidade econômica do país é o agente dificultador de um padrão de vida financeira saudável para o cidadão comum. A alta inadimplência deve-se à situação dos salários baixos e desemprego elevado”.

O cartão de crédito é a modalidade que as famílias mais se endividam, representando 81,6%, seguido dos carnês (14,4%), crédito pessoal (12,5%), financiamento de casa (11,8%), financiamento de carro (9,9%), crédito consignado (6,8%), cheque especial (5,3%), outras dívidas (4%) e cheque pré-datado (1%). 

Lamounier aponta que o cartão de crédito é visto como um valor adicional ao orçamento mensal e os altos juros pioram o cenário. 

“Os brasileiros vêm utilizando a modalidade para compras do dia a dia e a capacidade de parcelamento levou-as a acreditar que ao dividir uma compra a dívida fica menor, quando na realidade, as pessoas estão apenas antecipando as dívidas do próximo mês”, aponta.