A varejista brasileira Casas Bahia (BHIA3), com dívida bruta de quase R$ 4 bilhões e caixa de R$ 3,6 bilhões. Especulações de fechamento de 70 lojas para reduzir custos, após um prejuízo líquido de R$ 2,6 bilhões em 2023.
Resultando em uma diminuição de 6,5% no número total de lojas. O Ebtida ajustado, somou R$ 1,240 bilhão em 2023, abaixo dos R$ 2,382 bilhões de 2022.
Auditores identificaram que demandas judiciais no valor de R$ 9 bilhões não estão provisionadas no balanço, devido à avaliação da diretoria, respaldada por assessores jurídicos internos e externos. Eles destacaram um prognóstico de perda possível, indicando a necessidade de complementar a provisão. A Casas Bahia classifica os processos conforme o risco de perda, considerando evidências, hierarquia das leis, jurisprudência e decisões recentes nos tribunais.
Dívidas Casas Bahia
No quarto trimestre, a varejista encerrou com endividamento bruto de R$ 3,982 bilhões e posição de caixa, cartões de crédito e outros de R$ 3,580 bilhões.
O caixa líquido ficou negativo em R$ 403 milhões, em comparação com um saldo positivo de R$ 2,016 bilhões no mesmo período do ano anterior. O endividamento total no curto prazo atingiu 59%, comparado a 42% no ano anterior, enquanto o endividamento total de longo prazo foi de 41%, contra 58% no quarto trimestre do ano anterior.
No primeiro trimestre de 2024, a empresa realizou um alongamento do perfil da dívida no valor de R$ 1,5 bilhão, com prazo de 3 anos e custo de CDI + 4% a.a., além de uma carência de 18 meses.
A EY considerou “aceitáveis” os critérios e premissas adotados pela diretoria para estimativas das provisões para demandas judiciais trabalhistas, cíveis e tributárias. No final de 2023, o grupo provisionou R$ 2,4 bilhões para processos judiciais.
Em dezembro, o grupo manteve uma provisão de R$ 1,8 bilhão para processos trabalhistas, contudo, atribuída à rotatividade normal de negócios e ações reestruturantes recentes. Portanto, o índice de rotatividade de pessoal em 2023 atingiu 30,3%, superior aos 25,8% de 2022. Grandes instituições financeiras monitoram de perto o risco de crédito da Casas Bahia, devido à securitização das receitas futuras das vendas por cartão de crédito.
Diversas instituições financeiras, como Bradesco, Safra, Banco do Brasil, Daycoval e BTG Pactual, apoiam as vendas financiadas da varejista por meio de operações de repasse.
O grupo, portanto, mantém uma parceria com o Bradesco para oferecer cartões de crédito e produtos financeiros em suas lojas e sites, com contrato válido até novembro de 2032. Em 2023, as Casas Bahia reduziram em 30% os gastos com marketing e em 42% os cargos de alta liderança.