A Conab estima que a produção brasileira de grãos na safra 2023/24 alcance 294,1 milhões de toneladas. Revelando uma queda de 8% em relação ao ciclo anterior. Essa estimativa é 1,52 milhão de toneladas, entretanto, menor do que o previsto no último relatório.
Problemas climáticos, especialmente no Centro-Oeste e na região do Matopiba, são atribuídos à queda na produção em comparação com a temporada passada. Afetando principalmente as lavouras de soja.
Devido ao calor e às chuvas irregulares nessas áreas, a Conab estima uma redução de 5,2% na produção de soja do país para 146,5 milhões de toneladas em 2023/24.
“Com a entrada da fase final da colheita das culturas de primeira safra, as atenções se voltam ao desenvolvimento das lavouras de segunda e terceira safra, bem como às culturas de inverno. O comportamento climático continua como fator preponderante para o resultado final do atual ciclo.” Explica o Comunicado da Conab.
A Conab estima uma colheita de 85,6 milhões de toneladas para a “pequena safra” de milho, uma redução de 16,4% em relação ao ciclo anterior. A desmotivação causada pelos baixos preços do cereal resultou em uma redução de 8,2% na área plantada, contribuindo para a diminuição. A Conab projeta uma colheita total de milho de 111 milhões de toneladas, representando uma redução de 15,9%.
Apesar da queda na oferta doméstica de soja e milho, contudo, essenciais na produção de rações e na alimentação humana, as cotações permanecem em níveis baixos. Isso tem contribuído para margens positivas dos frigoríficos de aves e suínos, além de evitar pressões inflacionárias. Como grande exportador dessas commodities, o Brasil beneficia-se, portanto, de preços baixos no mercado internacional, resultado de um equilíbrio favorável entre oferta e demanda.
“Principal cultura cultivada na segunda safra, o milho tem produção total estimada em 110,96 milhões de toneladas. De acordo com o Progresso de Safra, publicado pela Conab nesta semana, os trabalhos de colheita da primeira safra do cereal, quando é esperada uma produção de 23,36 milhões de toneladas, atingem 51% da área cultivada. Já a semeadura da segunda safra está praticamente finalizada. Em Mato Grosso, a maioria das lavouras apresenta bom desenvolvimento, assim como em Goiás e Minas Gerais. Porém, em Mato Grosso do Sul e no Paraná, a redução das precipitações em março provocou sintomas de estresse hídrico em diversas áreas, comprometendo o seu potencial produtivo.” Complementa o explicativo.
As projeções da Conab, entretanto, indicam um aumento na produção de arroz e feijão para a safra 2023/24. A Conab espera que a colheita de arroz alcance 10,6 milhões de toneladas, um aumento de 5,3% em relação ao ano anterior, enquanto projeta que a colheita de feijão atinja 3,2 milhões de toneladas, representando um aumento de 5,8%.
Para o algodão, espera-se uma colheita de 3,6 milhões de toneladas de pluma, representando um aumento de 13,4%. A Companhia projeta um aumento de 20,2% na produção de trigo, totalizando 9,7 milhões de toneladas.
Relação com o IBGE
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou hoje (11) novas estimativas para a colheita de grãos no país este ano, assim, ajustando o volume total para 298,3 milhões de toneladas. Isso representa uma queda de 5,4%, ou 17,1 milhões de toneladas, em relação a 2023. O número é 2,3 milhões de toneladas menor do que o previsto em relatório publicado em março. Soja, milho e arroz deverão representar 91,6% da produção esperada.
CONAB
A Conab desempenha um papel contínuo no fortalecimento das políticas públicas para a agricultura familiar, incluindo o Programa de Aquisição de Alimentos, que compreende diversas modalidades: Compra com Doação Simultânea, permitindo a compra e entrega imediata de alimentos em unidades cadastradas como o Sesc Mesa Brasil, Cras e Cozinhas Comunitárias.
Além disso, apoio à Formação de Estoques, oferecendo suporte financeiro a organizações produtoras para formação de estoques. Também em Compra Direta, para atendimentos emergenciais e estratégicos e Compra Institucional, destinada a suprir necessidades específicas de órgãos demandantes.