Mesmo diante da pandemia, o mercado imobiliário foi um dos setores que mais cresceu, mantendo-se aquecido ao longo de 2021. De acordo com dados da Câmara Brasileira de Indústria da Construção (CBIC), as vendas de novos imóveis cresceram 12,8% em 2021, em relação ao mesmo período do ano anterior.
No entanto, o aumento da taxa básica de juros, a Selic, impulsionada pela inflação, deve impactar diretamente neste mercado, como um reflexo do cenário econômico. Mas, os imóveis continuam sendo considerados um investimento seguro e de valor, podendo gerar lucros a longo prazo.
Para quem deseja adquirir um imóvel e não possui os recursos para a aquisição, alternativas como o consórcio e o financiamento podem ajudar na realização do sonho da casa própria.
Para Luís Toscano, vice-presidente de negócios da Embracon, uma das principais administradoras de consórcios do país, antes de optar por uma das modalidades, é fundamental entender as características de cada uma delas, para saber qual a ideal, de acordo com o perfil e com o desejo do consumidor.
Podemos dizer que o consórcio é uma espécie de autofinanciamento. O consorciado pode determinar o valor do bem e a quantidade de mensalidade que deseja pagar, de acordo com as alternativas oferecidas pela administradora responsável por fazer a gestão do grupo de pessoas participantes e dos recursos.
Neste modelo, a contemplação pode acontecer de duas formas: por meio de sorteios onde todos do grupo têm as mesmas chances, ou por meio de uma oferta de lance, que é um valor a mais que cada consorciado pode oferecer. Após ser contemplado, o consorciado passa por uma análise de crédito e, se for aprovado, pode utilizar a carta de compra para negociar um imóvel com o proprietário ou com a imobiliária.
De acordo com dados divulgados pela Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC), o setor de consórcios apresentou recorde de vendas em 2021 e registrou quase 3,5 milhões de adesões, representando um crescimento de 14,6% em relação a 2020. Somente no segmento de imóveis foram vendidas mais de 490 mil novas cotas, no ano passado.
Já para conseguir o financiamento, é preciso passar por uma análise de crédito conforme o perfil do cliente. A partir daí os bancos disponibilizam o crédito para que a pessoa realize a compra por meio de parcelas e o valor da entrada.
O valor do financiamento, taxas e período para quitar a dívida são determinados pelo banco e variam de acordo com a negociação feita com a instituição bancária. Essa modalidade permite que a pessoa adquira o imóvel assim que o contrato é assinado.
De acordo com dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), o financiamento imobiliário no Brasil chegou a R$ 255 bilhões em 2021, um recorde na série histórica registrada pela organização.
Para Toscano, o valor da entrada, a taxa de juros e o prazo para adquirir o imóvel são os grandes diferenciais de cada modalidade de compra.
“Um dos grandes diferenciais do consórcio é que não é necessário fazer um grande investimento. O cliente precisa apenas arcar com o pagamento mensal das parcelas. Além disso, o consorciado não precisa se preocupar com o juros, ele só precisa pagar pela taxa de administração e pelo fundo reserva, um ponto muito vantajoso considerando a inflação e o cenário econômico atual. No entanto, a aquisição não é imediata como no financiamento. Para ser contemplado mais rápido é preciso ter um valor para fazer o lance ou contar com a sorte”, explica o executivo.