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Copom demonstrou ser vigilante ao manter taxa Selic

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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve a taxa Selic em 13,75% ao ano após a reunião que terminou nesta terça-feira (26 de outubro). Conforme o economista-chefe da Messem Investimentos, Gustavo Bertotti, o BC mostrou cautela e vigilância, apesar dos recentes números positivos sobre a inflação.

“Anda existem alguns pontos de atenção que podem causar pressões inflacionárias, como o aquecimento do mercado de trabalho no Brasil”, afirmou.

De acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados nesta quarta-feira, o mercado de trabalho formal brasileiro registrou um saldo positivo de 278.085 carteiras assinadas em setembro. Em agosto, foram abertas 285,3 mil vagas, dado revisado para cima.

O dado de setembro ficou acima das projeções de mercado. O consenso Refinitiv apontava para saldo de 260 mil postos de trabalho. O resultado do mês passado decorreu de 1,926 milhão de admissões e de 1,648 milhão de desligamentos. O total de vínculos de CLT ativos em setembro de 2022 alcançou 42,825 milhões, o que representa uma variação de +0,65% em relação ao estoque do mês anterior.

“Em Serviços, por exemplo, foram 122.562 postos a mais e na Indústria, a admissão líquida alcançou 56.909 postos. São fatores que contribuem para aumentar a renda, e consequentemente, podem gerar pressão inflacionária no médio prazo, o que levou o BC a ser mais cauteloso”, disse Bertotti.

Ele acrescenta que ainda há o aquecimento previsto na economia brasileira nos últimos três meses do ano, pressionando preços, outro fator a ser analisado pelo Copom.

O economista-chefe ressaltou que Copom ainda leva em conta o cenário externo, com um aperto monetário nos EUA e da Europa, em razão da alta inflação, a continuidade do conflito Rússia/Ucrânia, além do risco de a China manter e adotar novos lockdowns, por conta da política da “Covid 0” e o conflito com Taiwan.

Bertotti reitera que ata do Copom ainda deve mostrar cautela, mas há perspectivas de quedas da Selic para 2023. 

“O Copom vai deixar as portas abertas para um futuro aumento residual da Selic, se for necessário. Mas acredito que os juros devem voltar a cair no segundo trimestre do ano que vem, se o cenário de controle da inflação permanecer nos atuais níveis” encerrou.