Na avaliação do economista-chefe Gustavo Bertotti, o Banco Central (BC) tende a continuar vigilante, apesar dos números recentes que indicam queda da inflação.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deve manter a taxa Selic em 13,75% ao ano na reunião que começa hoje (terça-feira) e termina amanhã (quarta) . A previsão é do economista-chefe da Messem Investimentos, Gustavo Bertotti.
“Apesar dos últimos números positivos mostrando deflação, o BC deve se mostrar vigilante, sobretudo porque ainda existem alguns pontos de atenção que podem pressionar a inflação”, afirma.
Bertotti acrescenta que a recuperação do mercado de trabalho no Brasil, como mostraram os últimos dados do CAGED, e o previsto aquecimento da economia nos últimos três meses do ano, pressionando preços, são outros pontos a serem levados em conta pelo Copom.
Além disso, o Copom ainda deve olhar o cenário externo, com um aperto monetário nos EUA e da Europa, em razão da alta inflação, a continuidade do conflito Rússia/Ucrânia e o risco da China com novos lockdowns , fatores que podem gerar pressões nos preços internacionais.
Bertotti reitera que ata do Copom ainda deve mostrar cautela, mas há perspectivas de quedas da Selic para 2023.
“Acreditamos que a Ata do Copom possa deixar as portas abertas para um futuro aumento residual da Selic, caso necessário. Mas os juros devem voltar a cair no segundo trimestre do ano que vem, se o cenário de controle da inflação permanecer nos atuais níveis” finaliza.