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Crescimento do PIB do Brasil está ameaçado pelas contas públicas

Após dois anos de superávit, Brasil registra déficit de R$ 230,5 bilhões em 2023, aumentando incertezas sobre o futuro econômico.

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Após dois anos de superávit, Brasil registra déficit de R$ 230,5 bilhões em 2023, aumentando incertezas sobre o futuro econômico.

O Brasil enfrenta um cenário econômico desafiador após registrar um déficit primário de R$ 230,5 bilhões em 2023, o segundo maior da história, revertendo dois anos consecutivos de superávit. Essa deterioração das contas públicas eleva as incertezas em relação ao crescimento econômico futuro, com especialistas prevendo dificuldades significativas para o governo em aumentar a arrecadação e controlar os gastos.

Incerteza Política e Fiscalidade Complicada Limitam Perspectivas Econômicas

O Brasil encerrou o ano de 2023 com um déficit primário de R$ 230,5 bilhões, um dos maiores da sua história, após dois anos apresentando superávit nas contas públicas. Essa reviravolta nas finanças do país aumenta as incertezas quanto ao seu crescimento econômico nos próximos anos. Segundo a consultoria Tendências, a dificuldade em elevar a arrecadação frente ao aumento dos gastos, permitido pelo regime fiscal atual, sugere uma mudança de meta fiscal que afetará não só 2024 mas também o ano de 2026.

O cenário projetado pela consultoria, com uma probabilidade de 65%, indica que o governo terá dificuldades em atingir uma taxa de sucesso elevada na recomposição da carga tributária. Isso dificulta o ajuste fiscal desejado pela equipe econômica do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, limitando o crescimento econômico a uma média de 2,4% ao ano até 2033. Essas projeções são afetadas pela divisão política no governo e pela falta de capital político para avançar com a agenda legislativa necessária para o ajuste fiscal.

A Tendências destaca a relutância do governo em utilizar seu capital político para aprovar medidas econômicas importantes, como a reforma tributária. A proposta de criar um IVA dual enfrenta desafios significativos, incluindo a possibilidade de se estabelecer uma das alíquotas mais altas do mundo, o que poderia complicar ainda mais o cenário fiscal do Brasil.

A consultoria também aponta para a tensão entre o Banco Central e o Ministério da Fazenda sobre a estratégia fiscal a ser adotada, com expectativas de que a equipe econômica não consiga o apoio necessário para suas propostas. A falta de vontade do governo em fazer cortes de gastos, em um esforço para preservar o capital político, pode levar a revisões das metas de superávit primário para os próximos anos.

Investimento estrangeiro cai R$ 62 bi no primeiro ano de Governo Lula

O Brasil registrou uma notável queda nos investimentos estrangeiros diretos no país (IDP) durante o primeiro ano do governo Lula, de acordo com dados divulgados pelo Banco Central do Brasil. Em 2023, o IDP totalizou US$ 62 bilhões, uma diminuição significativa de US$ 12,6 bilhões em relação a 2022, quando atingiu a marca de US$ 74,6 bilhões. Essa redução representa uma preocupação para a economia brasileira, uma vez que os investimentos estrangeiros diretos desempenham um papel crucial no desenvolvimento econômico do país.

Em termos percentuais do Produto Interno Bruto (PIB), o IDP em 2023 encerrou em 2,85%, uma queda em relação aos 3,82% registrados em 2022. Várias razões podem explicar essa diminuição, incluindo a queda nos preços das commodities, que são cotadas em dólar, e as preocupações com o risco fiscal no Brasil.

Além disso, o Banco Central também observou que as transações correntes do país, que medem a entrada e saída de dólares, acumularam um déficit menor em 2023 em comparação a 2022. Esse resultado é atribuído à queda das importações e ao aumento das exportações, com as exportações de bens atingindo o maior valor da série histórica em US$ 344,4 bilhões, um aumento de 1,2% em relação a 2022.

No entanto, a diminuição dos investimentos estrangeiros diretos é uma preocupação para o governo, pois esses investimentos desempenham um papel fundamental no crescimento econômico e na geração de empregos. Portanto, medidas podem ser necessárias para atrair investidores estrangeiros e impulsionar a economia nos próximos anos.