O Itaú (ITUB4) anunciou a criação de uma nova unidade de negócio responsável pela transformação de ativos em representações digitais, visando atingir um número maior de investidores, além dos qualificados.
Em 31 de outubro de 2008, um criptógrafo de codinome Satoshi Nakamoto publicou um artigo intitulado “Bitcoin: a Peer-to-Peer Eletronic Cash System”. Na obra, o autor apresentava pela primeira vez uma espécie de base de dados global, descentralizada e altamente segura, que ele chamou de blockchain. O resto é história. O blockchain deu origem às moedas virtuais e com o passar dos anos começou a ser usado para a validação de contratos inteligentes, autenticação de propriedades intelectuais e até registro de informações médicas, como já ocorre na Estônia, o pequeno país do Leste Europeu.
Apesar dos notáveis avanços, o blockchain permaneceu distante do mercado de capitais. Ou melhor, permanecia. A barreira acaba de ser quebrada pelo, o Itaú Unibanco que anunciou nesta quinta-feira, 14 de julho, o lançamento da Itaú Digital Assets, área que será responsável por ampliar o uso da tokenização de ativos na instituição.
Assim, a criação da área será responsável por ampliar o uso da tokenização de ativos na instituição. A divisão vai responder pela tokenização de ativos financeiros, ou seja, pelo processo de transformação de ativos em representações digitais, os chamados tokens, como um título ou uma ação numa rede blockchain. A unidade fará parte da diretoria de Mercados Globais, Tesouraria e América Latina do Itaú Unibanco, liderada por Pedro Lorenzini.
A Tokenização.
Portanto, a tokenização trará algumas mudanças. Para o investidor, a compra dos ativos financeiros não será feita nos bancos ou nas corretoras de investimentos, mas na plataforma da tokenizadora. No mesmo lugar, o investidor poderá negociar a venda no mercado secundário, de acordo com a demanda de outros interessados.
“A tecnologia permite melhoria na precificação [dos ativos], trazer mais eficiência, acessibilidade a pequenos investidores e aumentar a liquidez dos ativos”, disse ela durante a apresentação da área.
Além da tokenização, a Itaú Digital Assets vai desenvolver uma plataforma, chamada de “token as a service”, onde ocorrerá a originação dos ativos, com assessoria na criação dos tokens, a emissão, distribuição e a custódia dos ativos, tudo desenvolvido no banco.