O governo Lula (PT) acelerou a liberação de emendas parlamentares e superou R$ 22 bilhões pagos antes da trava imposta pela lei por causa das eleições municipais.
Na última semana, após cortar R$ 25 bi, o governo Lula acelerou a liberação de emendas parlamentares e superou R$ 22 bilhões pagos antes da trava imposta pela lei por causa das eleições municipais.
segundo informaçõe, a cifra desembolsada já ultrapassa os cerca de R$ 17 bilhões (em valores já corrigidos) distribuídos antes das eleições de 2022 por indicações de deputados e senadores, período em que Jair Bolsonaro governava o país. O recurso será direcionado principalmente aos cofres das prefeituras.
Os dados de pagamentos são de quinta-feira (04), divulgados nesta sexta-feira (05) em portais da transparência. A soma de emendas pagas deve subir durante o dia.
A partir da próxima semana, a margem para repasse de emendas fica limitada a poucos casos, como o custeio de obras em andamento. Isso porque a legislação eleitoral impõe uma série de vedações nos três meses que antecedem o pleito para evitar abusos de poder político e econômico.
Lula quer aumentar imposto da picanha, beneficiando JBS
Na quarta-feira (03), em cerimônia no Palácio Planalto, o presidente Lula voltou a defender a isenção de impostos sobre carnes na reforma tributária, porém, a sua proposta de fatiar o boi para isentar a carne de segunda — “que o povo consome” — e tributar a carne “chique”, teria efeito muito pequeno na arrecadação, sem contar a margem para sonegação.
Segundo informações, isso se deve porque as carnes realmente nobres representam apenas 1% do total de carne vendida no país. Elas provêm de bovinos de raças Angus, Aberdeen e Wagyu, que representam 6% do rebanho nacional. O restante do que é abatido é gado da raça Nelore, de qualidade inferior, sendo que metade disso ainda é carne de vaca ou de touro.
Os sete cortes mais consumidos pelas classes mais altas são: contra filé, noix, filé mignon, fraldinha, picanha, miolo de alcatra e maminha — representam 17% da carcaça, ou 32 quilos para um animal cuja carcaça pesa 190 quilos em média. As carnes nobres representam portanto 17% de 6%, o que dá 1%.
“Se você tributar a picanha, não só não vai arrecadar muita coisa, como vai deixar a picanha da classe média ou das classe mais baixas mais inacessível — diz Sylvio Lazzarini, dono da rede de churrascarias nobres Varanda.”
Pela proposta da Reforma Tributária que está no Congresso, o complexo da carne, que inclui bovinos, suínos, aves, caprinos, peixes, ovos e leite, poderá ter uma redução de 50% do IVA (Imposto de Valor Agregado), que vai unificar cinco tributos. O IVA terá uma alíquota padrão, estimada em 26,5%. Sobre a maioria dos produtos incidirá esse percentual de imposto, mas haverá alguns itens com desconto e outros que pagarão mais tributos.
A carne será uma das que terão redução da alíquota.
JBS será beneficiada
Hoje, no Brasil, para cada mil animais, 150 são abatidos, o que dá um desfrute de 15%. Na Austrália, o desfrute é de 28%, nos EUA, 32%.
“O aumento de produtividade está acontecendo e vai acontecer. O consumo per capita está estabilizado. O preço da carne caiu na cesta básica, cooperou com a inflação,” afirma Lazzarini.
A picanha de segunda hoje custa em média algo como R$ 37 o quilo, enquanto uma picanha de Augus está custando R$ 180. O Brasil, que é o segundo maior produtor de carne bovina do mundo, tem um consumo per capita de 32 quilos por ano, enquanto nos EUA são 119 quilos. Na Argentina e no Uruguai, o consumo fica em torno de 90 quilos per capta.
Uma eventual inclusão das carnes na cesta básica isenta de impostos beneficiaria grandes frigoríficos como a JBS, maior produtor de proteína animal do mundo.
JBS antecipa pagamento de US$ 500 mi em títulos internacionais
A JBS (JBSS3) anuncia a antecipação da quitação de até US$ 500 milhões em bonds internacionais. Os títulos, com vencimentos entre 2029 e 2034, serão recomprados pela subsidiária JBS USA Food Company. Utilizando, assim, recursos do caixa da companhia para o pagamento do resgate. A empresa divulgou esta informação em comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
A companhia estabeleceu critérios prioritários para a recompra, os quais guiarão a distribuição da oferta, caso a demanda ultrapasse os US$ 500 milhões previstos para os pagamentos antecipados.
Segundo o documento, a maior prioridade foi atribuída às notas com vencimento em 2029, que oferecem um juro de 6,5% ao ano. O valor total em aberto dessa emissão é de US$ 77,9 milhões.
A empresa priorizou os títulos com vencimento em 2033, que pagam uma taxa de 5,75% ao ano, como a segunda prioridade. O valor total em aberto desses papéis é de US$ 2,049 bilhões.