- Após uma abertura de sessão bastante volátil, o dólar subiu nesta sexta-feira (5), com foco no relatório de emprego (payroll)
- Os mercados desconfiaram das contas públicas e o presidente Lula criticou a política monetária
- O que aumenta, portanto, as expectativas de um possível início de um ciclo de afrouxamento monetário pelo Federal Reserve
Após uma abertura de sessão bastante volátil, o dólar subiu nesta sexta-feira (5), com foco no relatório de emprego (payroll). Os mercados desconfiaram das contas públicas e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a política monetária, mas suas críticas suavizaram nas últimas sessões.
Internacionalmente, os Estados Unidos criaram 206 mil novos empregos fora do setor agrícola em junho, superando as expectativas dos analistas, segundo dados divulgados pelo Departamento do Trabalho. A previsão média dos analistas, de acordo com o consenso LSEG, era de 190 mil novos empregos para o mês.
Hoje, o dólar está sendo influenciado por uma série de fatores tanto internos quanto externos. Nas duas sessões anteriores, a moeda norte-americana reverteu os ganhos acumulados em meio às crescentes preocupações dos investidores com o compromisso fiscal do governo e o rumo da política monetária nacional.
No cenário global, nesta sexta-feira, os investidores estão reagindo aos dados que mostram uma desaceleração no mercado de trabalho dos Estados Unidos. O que aumenta as expectativas de um possível início de um ciclo de afrouxamento monetário pelo Federal Reserve.
O Departamento do Trabalho dos EUA relatou a criação de 206.000 novos empregos no país em junho, superando a expectativa dos analistas da Reuters de 190.000 vagas, mas ficando abaixo do número registrado em maio. Além disso, os dados de maio foram revisados significativamente para baixo, de 272.000 para 218.000 vagas. A taxa de desemprego também teve um leve aumento, passando de 4,0% para 4,1% neste mês.
Moderação de preços
Esses eventos estão moldando a atual movimentação do mercado cambial, com investidores observando de perto como esses indicadores econômicos podem influenciar as políticas monetárias. Além das perspectivas econômicas tanto nos Estados Unidos quanto globalmente.
Com a moderação dos preços em maio, o relatório confirma que a tendência desinflacionária está retomando após o aumento da inflação no primeiro trimestre, o que pode aumentar a confiança das autoridades do Fed em relação às perspectivas inflacionárias.
Após a divulgação dos dados, os operadores aumentaram, assim, ligeiramente as expectativas de cortes de juros pelo Fed. Estes, em setembro e dezembro.
À medida que o banco central dos EUA reduz os juros, isso tende a ser desfavorável para o dólar. Que se torna menos atrativo, contudo, em comparação com rendimentos menores dos Treasuries.
“Dólar cedendo de maneira global, principalmente em relação a cesta de moedas fortes. Hoje, tem ajuste pós-feriado nos EUA, e também naturalmente o payroll, índice mais importante da agenda da semana”, disse Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital.
Discussão de Lula e Haddad aborda dólar e produção industrial
- Após o dólar atingir sua máxima no dia anterior, hoje o presidente Lula, se reúne com os ministros da economia para discutir a valorização do mesmo
- Dessa forma, visando explorar medidas de contenção de gastos
- Ontem (2) o dólar atingiu R$ 5,70 em sua máxima
Na esfera política, após o dólar atingir R$ 5,70 na máxima anterior, o presidente Lula se reúne, contudo, com ministros para discutir a valorização da moeda americana frente ao real.
Lula está em discussão com ministros da área econômica. Dessa forma, para explorar medidas de contenção de gastos. Isto, em um momento em que suas declarações contribuíram para o recente aumento significativo do dólar em relação ao real.
Existe preocupação de que esse movimento possa ter impactos na economia real. Ainda, aumentando o custo dos produtos e possivelmente forçando o Banco Central a considerar um aumento na taxa Selic. Esta, atualmente em 10,50% ao ano, no entanto, como medida para controlar a inflação.
Jabuti na PEC
Um “jabuti” incluído na proposta de emenda constitucional (PEC) que busca conceder autonomia financeira ao Banco Central visa proteger os cartórios de possíveis impactos das mudanças planejadas pela instituição. Especialmente relacionadas à introdução de uma moeda digital, como o Drex. Essa medida tem o objetivo de limitar iniciativas tecnológicas. Estas, que poderiam reduzir a burocracia, contudo, como operações simplificadas para a compra e venda de automóveis e imóveis, sem a necessidade de intervenção cartorial.