A economia brasileira avançou apenas 0,01% em abril, segundo dados divulgados pelo Banco Central nesta sexta-feira (14). O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), que serve como uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), ficou significativamente abaixo das expectativas de crescimento de 0,45% previstas pelo mercado, conforme pesquisa da Reuters.
Apesar do crescimento marginal, houve uma melhora em relação à queda de 0,36% registrada em março. Na comparação com abril do ano passado, o IBC-Br subiu 4,01%, e no acumulado dos últimos 12 meses, o avanço foi de 1,81%.
No primeiro trimestre, o PIB do Brasil cresceu 0,8%, impulsionado por uma inflação sob controle, aumento da renda e um mercado de trabalho aquecido, fatores que estimularam o consumo. Além disso, o Banco Central reduziu a taxa básica Selic para 10,5% ao ano, uma medida de afrouxamento monetário que deve favorecer o crédito e a atividade econômica ao longo do ano.
No entanto, há incertezas sobre a continuidade dos cortes de juros, com o Banco Central se reunindo na próxima semana e a possibilidade de interrupção do afrouxamento monetário.
O segundo trimestre também poderá sentir os impactos das fortes chuvas no Rio Grande do Sul, que causaram danos econômicos significativos.
Mesmo com o crescimento de 0,9% nas vendas varejistas e 0,5% no volume de serviços em abril, a produção industrial caiu 0,5%, quebrando uma sequência de dois meses de alta e contribuindo para a estagnação econômica.
A pesquisa Focus do Banco Central indica uma expectativa de crescimento do PIB de 2,09% para este ano, com uma previsão de 2,0% para 2025.
O IBC-Br é calculado com base em dados representativos da produção agropecuária, industrial e de serviços, além dos impostos sobre a produção, funcionando como um importante termômetro da atividade econômica brasileira.
Projeção do Mercado
O mercado financeiro elevou a previsão para o crescimento da economia este ano. Segundo o boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (10) pelo Banco Central (BC), o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) fechará 2024 em 2,09%, o mesmo índice de quatro semanas atrás. Na semana passada, a estimativa foi de que o crescimento ficasse em 2,05%. Para 2025 e 2026 a previsão é de um crescimento de 2%.
O mercado financeiro também elevou a projeção de inflação para este ano de 3,88%, na semana passada, para 3,9%. Há quatro semanas a projeção do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi de 3,76%
A estimativa para 2024 está dentro do intervalo da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,5% e o superior, 4,5%.
O Focus traz as previsões de economistas e analistas de mercado financeiro consultados pelo BC. Para 2025, os analistas também elevaram a projeção de inflação que passou de 3,77% para 3,78%.
Para 2026, a previsão é de que a inflação fique em 3,6% e, em 2027, em 3,5%.
O boletim manteve a previsão da taxa básica de juros, a Selic, para este ano. Segundo o Focus, a Selic deve fechar 2024 em 10,25%. Atualmente a taxa está em 10,5%.
Há quatro semanas a previsão do mercado era que o índice ficasse em 9,75%.
Os analistas mantiveram a previsão do câmbio para 2024 em R$ 5,05. Há quatro semanas a previsão era de que a moeda norte-americana ficasse em R$ 5,00.
Para 2025, a projeção é de que o dólar permaneça em R$ 5,05. Para 2026, a estimativa é de que o câmbio feche em R$ 5,10 e para 2027, em R$ 5,11.