Meio ano se passou e a economia brasileira aumentou 1,9% comparado ao mesmo período do ano anterior, superando a expectativa do mercado, que era de uma alta de 1,2% no PIB (Produto Interno Bruto).
O setor de agronegócio registrou crescimento de 21,6% no primeiro trimestre, maior alta desde 1996. Além disso, os serviços também foram um ponto positivo: elevação de 0,6% quando comparado aos últimos três meses de 2022.
Apesar dos bons índices, o PIB Industrial recuou 0,1% em relação ao trimestre anterior, mas apresenta crescimento de 1,9% quando comparado ao primeiro trimestre de 2022.
Além disso, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) desacelerou e o dólar vem em baixa, chegando à marca de R$ 4,74, superando o menor valor de 2022 (R$ 5,06).
“O IPCA reforça a visão de que a política monetária deverá ser relaxada, sendo possível que em agosto tenha uma leve queda de juros”, afirma André Carvalho, diretor de portfólio da Acura Capital.
O arcabouço fiscal, apresentado em abril, trouxe maior segurança ao mercado e as expectativas para a economia brasileira são positivas. Os investimentos devem ser retomados, principalmente dos estrangeiros que são atraídos pela taxa de juros.
O Plano Safra 23/24 foi lançado com volume de R$ 364 bilhões, um crescimento de 27% comparado ao plano anterior. Os recursos são destinados ao crédito rural, que abrange os produtores participantes do Pronamp (Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural e demais produtores.
“O Plano Safra atual foi uma forma do governo incentivar sistemas de produção ambientalmente sustentáveis. Para os produtores rurais que adotarem essa prática, são ofertadas premiações e redução de taxas de juros”, complementa Carvalho da Acura Capital.
Em relação ao IPO, segundo levantamento do Valor Econômico, das empresas que apostaram nos últimos dois anos, 20% estão em processo de reestruturação de dívidas e adiaram os planos de abertura de capital.
“Para parte dessas empresas que buscava levantar dinheiro na bolsa, a emissão de ações era uma opção mais barata que buscar crédito no mercado”, avalia Douglas Bassi, cofundador da consultoria de reestruturação Virtus BR.
Projeção para o segundo semestre
A previsão do mercado é de que os juros comecem a recuar em agosto desse ano, passando a ser de 13,50% ao ano e que o Selic terá uma queda gradual, chegando a 12,25% ao ano até dezembro.
Em recente ata do Copom (Comitê de Política Monetária) foi informado que será conduzido a política de juros necessária para que as metas de inflação sejam cumpridas. Além disso, foi comunicado que haverá perseverança até que o processo de queda de inflação se consolide.
O Comitê reforça que o atual momento demanda paciência e serenidade na condução da política de juros, os passos futuros dependerão da evolução da dinâmica inflacionária.