Nubank considera voltar ao mercado argentino se condições melhorarem, diz cofundadora Cristina Junqueira.
O Nubank está avaliando a possibilidade de retornar ao mercado argentino, conforme revelado por Cristina Junqueira, cofundadora e Chief Growth Officer (CGO) do banco digital brasileiro. Junqueira enfatizou a importância de condições macroeconômicas mais estáveis e níveis “mais justos” de preços no país.
A fintech fez uma breve incursão na Argentina em 2019, mas saiu pouco tempo depois para focar no crescimento no Brasil, México e Colômbia. No entanto, com o Nubank atualmente avaliado em mais de US$ 40 bilhões e posicionado entre os maiores bancos do Brasil, a empresa considera uma nova tentativa no mercado argentino, o terceiro maior país da América Latina.
Nubank avalia retorno à Argentina em busca de estabilidade macroeconômica
O Nubank está considerando a possibilidade de fazer um retorno ao mercado argentino, de acordo com Cristina Junqueira, cofundadora e Chief Growth Officer (CGO) do banco digital brasileiro. Em uma entrevista para o podcast ‘La Estrategia del Día’, da equipe da Bloomberg Línea no México, Junqueira compartilhou suas reflexões sobre a ideia de voltar a operar na Argentina, um país que apresenta desafios complexos.
A breve incursão do Nubank na Argentina ocorreu em junho de 2019, quando a empresa abriu um escritório em Buenos Aires e contratou 12 funcionários. No entanto, a fintech decidiu deixar o mercado argentino pouco tempo depois, considerando isso uma retirada estratégica para concentrar seus esforços no crescimento do Brasil, México e Colômbia.
Agora, com o Nubank avaliado em mais de US$ 40 bilhões e prestes a se posicionar entre os quatro maiores bancos do Brasil em 2023, Junqueira vê a possibilidade de uma nova tentativa no mercado argentino. Ela enfatiza a importância de condições macroeconômicas mais estáveis, bem como níveis “mais justos” de preços como fatores determinantes para essa decisão.
Apesar dos desafios que a Argentina enfrenta, Junqueira deixa a porta aberta para um possível retorno, afirmando que não é impossível. No terceiro trimestre de 2023, o Nubank contava com impressionantes 89 milhões de clientes e relatou uma receita recorde de US$ 2 bilhões, com um lucro líquido de US$ 303 milhões.
A decisão de retornar ou não à Argentina dependerá das condições econômicas futuras no país sul-americano.
Engrenou: com alta de 450%, Nubank engata quinto trimestre em alta com lucro de US$ 355 milhões
No fim do ano passado, o Nubank divulgou os resultados do terceiro trimestre, surpreendendo positivamente os analistas de Wall Street. A instituição financeira digital registrou um lucro líquido ajustado de US$ 355,6 milhões, representando um aumento notável de 450% em relação aos US$ 63,1 milhões relatados no mesmo período do ano anterior. Este é o quinto trimestre consecutivo em que o Nubank reporta um lucro líquido ajustado positivo, demonstrando sua sólida trajetória de crescimento.
As receitas do banco atingiram US$ 2,1 bilhões em base neutra, refletindo um crescimento impressionante de 53% em comparação ao ano anterior, quando considerados os efeitos cambiais. Além disso, a receita média por cliente ativo (ARPAC) alcançou US$ 10, representando um aumento de 18% em relação ao ano anterior. Essa métrica é considerada fundamental para entender o desempenho das ações e destaca o momento positivo do Nubank.
Outro destaque dos resultados é o retorno sobre patrimônio (ROE) do Nubank, que superou os concorrentes brasileiros, ressaltando a eficiência da instituição em aproveitar as oportunidades de mercado.
No terceiro trimestre, o Nubank adicionou impressionantes 5,4 milhões de novos clientes, totalizando 89,1 milhões de clientes no mundo todo. Esses números destacam a posição do Nubank como uma das maiores e de mais rápido crescimento plataformas digitais de serviços financeiros em todo o mundo. No Brasil, o banco alcançou a quarta posição em número de clientes, com um ritmo de adições líquidas mensais superando 1,5 milhão de clientes.
Além disso, o Nubank reportou uma inadimplência de 15 a 90 dias de apenas 4,2%, o que representa uma queda de 10 pontos base em relação ao trimestre anterior. Embora a inadimplência de mais de 90 dias tenha aumentado 20 pontos base no mesmo período, a instituição continua demonstrando solidez em seu portfólio de crédito.
A margem financeira líquida (NIM) e a margem ajustada pelo risco continuaram a expandir, atingindo respectivamente 18,8% e 9,0%. Isso destaca a capacidade do Nubank de precificar adequadamente o risco em suas operações.
O desempenho impressionante do Nubank no terceiro trimestre impulsionou ainda mais o papel da empresa, que já havia registrado um crescimento de mais de 148% no ano até agora na Nasdaq. O banco mantém sua posição como uma das principais instituições financeiras digitais do Brasil e continua a atrair uma base de clientes cada vez maior.