A Eletrobras (ELET3;ELET6) reportou um lucro líquido ajustado de R$ 615 milhões no segundo trimestre de 2024 (2T24). Uma queda, portanto, de 25,8% em relação ao mesmo período do ano passado. Sem ajustes, o lucro da empresa foi de R$ 1,743 bilhão, alta de 7,6%.
No acumulado do primeiro semestre, a empresa havia reportado lucro líquido ajustado de R$ 1,063 bilhão. Isto, uma redução de 59,1% em base anual de comparação. Desconsiderando os ajustes, o lucro da empresa no período foi de R$ 2,073 bilhões. Um montante 2,4% maior do que o observado há ano atrás.
O Ebitda ajustado somou R$ 4,204 bilhões no segundo trimestre, no entanto, uma queda de 23,2% ante igual período de 2023. Sem ajustes, o Ebtida, portanto, diminuiu 32,8% ao final de junho, para R$ 4,430 bilhões.
A margem Ebitda alcançou 52,8% no período, 18,5 pontos porcentuais (p.p.) menor na base anual. Dessa forma, enquanto a margem Ebitda ajustada caiu 9,1 p.p. no trimestre, para 50,1% na mesma base de comparação.
Considerando os seis primeiros meses deste ano (2024), o Ebitda ajustado da Eletrobras alcançou R$ 8,734 bilhões. Assim, uma diminuição de 21,0%. Já o Ebitda sem ajustes totalizou R$ 9,050 bilhões, redução de 21,2%.
Receita operacional
A receita operacional líquida da Companhia, portanto, atingiu R$ 8,395 bilhões no período. Assim, 9,2% inferior ao mesmo intervalo do ano passado. A receita operacional líquida ajustada, por sua vez, registrou queda 9,3%, para R$ 8,395 bilhões.
De janeiro a junho, a receita líquida da companhia foi de R$ 17,114. Um montante 7,6% menor do que o observado no mesmo intervalo do ano de 2023. Já a receita líquida sem ajustes, por sua vez, caiu 7,3% no período, para R$ 17,114 bilhões.
Ao final do mês junho, a dívida líquida ajustada da Eletrobras era de R$ 45,243 bilhões. Dessa forma, um montante 18,8% maior que o visto no mesmo intervalo do ano anterior. A alavancagem (medida pela relação dívida líquida por Ebitda recorrente) alcançou, no entanto, 2,7 vezes no trimestre, alta de 0,7 p.p. na base anual.
Os investimentos da Eletrobras no segundo trimestre foram de R$ 2,0 bilhões. Ainda, um montante 43,5% maior do que o observado no ano passado. No acumulado do ano até junho, a empresa, portanto, investiu R$ 3,221 bilhões, uma elevação de 28,1%.
Eletrobras corre o risco de ser reestatizada? Governo quer aumentar participação
Um pedido para prorrogar por mais 45 dias o prazo para a tentativa de conciliação com a Eletrobras na ação que discute o poder de voto da União no conselho da empresa.
Na quinta-feira (01), o governo, através da AGU, protocolou no Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido para prorrogar durante mais 45 dias o prazo para a tentativa de conciliação com a Eletrobras na ação que discute o poder de voto da União no conselho da empresa.
Segundo informações, o prazo já foi prorrogado duas vezes, por 90 dias cada, desde dezembro e o pedido será analisado pelo relator do caso, Kassio Nunes Marques.
“Embora seja possível afirmar que as tratativas estão em fase conclusiva do processo conciliatório, é necessário reconhecer que a complexidade intrínseca do caso exige a discussão e a finalização minuciosa de alguns pontos cruciais”, disse o ministro da AGU, Jorge Messias, na petição.
A STF informou, que além do número de conselheiros, a União deseja que a Eletrobras antecipe parte dos R$ 32 bilhões que deverão ser pagos pela empresa ao longo de 25 anos a título de outorga. A demanda, contudo, é que a empresa antecipe cerca de R$ 26 bilhões, sendo uma parte neste ano e outra no ano que vem. Durante o governo Jair Bolsonaro, no ato da privatização, a empresa antecipou R$ 5 bilhões.
O Ministério de Minas Energia, contudo, espera usar esses recursos para reduzir a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), que reúne subsídios que encarecem a conta de luz. O governo, portanto, baixou uma medida provisória em abril prevendo, entre outras medidas, a autorização para que esse valor fosse antecipado por meio de uma operação de mercado (securitização) – mas essa iniciativa não avançou.