O mercado de investimentos sofreu variações ao longo dos anos. Conflitos, eleições, acidentes ambientais, pandemias, escassez de produtos, mudanças repentinas nas taxas de juros e muitos outros fatores que refletem a economia e o contexto político. Com isso, temos acompanhado momentos de incertezas que geralmente desestabilizam os mercados.
Existe uma frase famosa no mercado financeiro que diz “compre ao som dos canhões e venda ao som dos violinos“, e, embora seja uma frase de 1810, ela não perde força com o passar dos anos e faz muito sentido para o tema proposto.
Em momentos críticos de mercado, onde os preços dos ativos caem consideravelmente, o investidor que se desespera e vende suas posições perde muito, pois quando acha que o cenário se acalmou, é a hora de voltar para o mercado – porém, desta vez com os ativos com preço muito acima do anterior. Ou seja: ele já perdeu a oportunidade de “pegar a alta”.
Segundo um estudo do JP Morgan, que apresenta levantamento anual aos investidores e assessores de investimento, o investidor que tiver investido USD 10 mil no S&P500 (Índice americano das 500 maiores empresas) e que tenha ficado por 10 anos, teria acumulado um saldo final de USD 61,685.
Já se ele perdesse apenas os 10 melhores dias nestes últimos 10 anos, o saldo cairia para USD 28,260. E se considerarmos a perda dos 20 melhores dias, seria um total de USD 16,804.
De acordo com a Vanguard, os 20 melhores dias do mercado ocorreram em anos que estava quase tudo negativo, em baixa, e os 20 piores dias do mercado aconteceram em anos em que estava tudo bem. Curioso, não é?
O que trago à tona é que momentos de crise podem representar oportunidades para comprar “na baixa” e ter ganhos expressivos no médio e longo prazo. Ir contra a corrente, diversificar e fazer um acompanhamento de perto com um assessor de investimentos fazem toda a diferença e pode trazer retornos consideráveis.
É claro que não dá para “adivinhar” quando o mercado chegou no fundo do poço e vai retomar, assim como também não dá para saber o melhor momento de saída, ou máximo de crescimento para tomar a decisão de venda. Portanto, a melhor saída é permanecer investido e diversificado. E como fica esse cenário no Brasil?
Em um cenário de incertezas, o Brasil tem se beneficiado este ano quanto aos resultados na Bolsa, pois, com as sanções do conflito Rússia x Ucrânia, houve uma alta das commodities, que têm peso considerável em nossa bolsa de valores, assim como as empresas financeiras, como bancos, que se beneficiam das altas de juros.
É importante aproveitar o momento, mas isto não significa ficar investido apenas nesta opção, pois os mercados em baixa apresentam grandes oportunidades de compra no momento – pois sabemos que as commodities não ficarão no patamar de preços que estão agora para sempre.
Ao avaliarmos alguns ativos disponíveis no mercado brasileiro, é possível ver que, em diferentes momentos de mercado, a “melhor aposta” de um ano pode ser o pior resultado do ano seguinte.
De 2003 a 2007, por exemplo, as ações representavam o melhor resultado, e, no ano seguinte, deram mais de 40% negativo. Porém logo no outro ano entregaram 72% de rentabilidade.
Com isso, podemos dizer que o investidor que se “apavorou” em 2008, vendendo tudo que tinha em renda variável, por exemplo, perdeu a oportunidade de pegar a retomada que aconteceu no ano seguinte. O dólar teve um resultado excelente de 2013 a 2015, e em 2016, ficou em último lugar.
Podemos concluir que diversificação e pensamento de médio/longo prazo é a chave de uma carteira de investimentos saudável. Você já se perguntou o que aconteceria se você perdesse os 10 melhores dias do mercado financeiro dos últimos 10 anos?