A Superintendência do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou uma operação que consiste na aquisição de 100% da Gemini pela Energisa (ENGI11).
Desse modo, a Energisa opera nas áreas de distribuição, transmissão, comercialização e geração de energia. Dessa maneira, faturou mais de R$ 750 milhões no ano passado. Já a vendedora está na linha transmissões de energia.
Assim sendo, integrantes da Energisa alegaram ao Cade que essa operação está alinhada à sua estratégia de trazer sinergias operacionais para as suas atividades. Dessa forma, enquanto a vendedora argumentou que a venda irá possibilitar a ela realizar novos fundos de investimentos para as atividades de compra e de reestruturação.
Nesse sentido, esse caso ainda depende de aval da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), pois envolve o setor de energia.
Contudo, a Superintendência concluiu que ele trata de menos de 20% das vendas neste setor. Logo, a operação “não acarreta prejuízos ao ambiente concorrencial em face das baixas participações no mercado nacional de transmissão de energia”. Assim, o Cade deu aval a esse negócio.
Energisa no 4T21
Dando continuidade a temporada de resultados trimestrais das empresas, a Energisa (ENGI11) foi mais uma a divulgar seus números. Isto é, a empresa apurou lucro líquido consolidado de R$ 582,6 milhões no quarto trimestre de 2021. Ou seja, isto é alta de 203,4%, em relação ao reportado no mesmo período em 2020.
Desse modo, no acumulado do ano, o resultado líquido da Energisa alcançou o recorde de R$ 3,068 bilhões, alta de 90,9% – ou R$ 1,46 bilhão – frente o apurado em 2020.
Assim sendo, entre outubro e dezembro do ano passado, o Ebitda da Energisa subiu 55,9% frente os mesmos meses de 2021, para R$ 1,746 bilhão. Nesse sentido, o Ebtida ajustado consolidado atingiu R$ 1,856 bilhão no mesmo período. Isto é, montante 51,3% maior na mesma base de comparação.
Em relação ao lucro líquido, este também foi influenciado pelo crédito fiscal de R$ 167,5 milhões constituído pela Energisa Acre.
Além disso, pela marcação a mercado de derivativos, sem efeito caixa, no valor de R$ 225,1 milhões, sendo R$ 116,6 milhões de impacto negativo referente ao bônus de subscrição atrelado à 7ª emissão da Energisa S.A. e R$ 341,6 milhões positivo referente à opção de compra pela companhia da participação de minoritários da Energisa Participações Minoritárias.
Outros dados da Energisa no 4T21
Em relação a receita líquida da Energisa, desconsiderando o recebimento de construção, esta totalizou R$ 6,858 bilhões no último trimestre do ano passado. Isto é, crescimento de 23% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Com isso, no exercício a receita líquida, ex-construção, teve alta de 26,1%, para R$ 37,493 bilhões.
Já a receita do quarto trimestre da Energisa cresceu apesar da queda de 5,7%, na base anual, no volume total de energia vendida no mercado cativo faturado, totalizando 7.715 gigawatts-hora (GWh). Além disso, o mercado cativo + TUSD faturado alcançou 9.625 GWh no período, volume 2,6% menor que o mesmo intervalo de 2020.
Os custos e despesas totais, ex-construção, cresceram 14,2%, chegando a R$ 5,55 bilhões, pressionados, principalmente, pelo aumento dos gastos não controláveis, como a energia comprada (+25%), enquanto os custos com Pessoal, Material, Serviços de Terceiros e Outros (PMSO) cresceram 10,9%, pouco acima da inflação acumulada no período.
Ao final de 2021, a dívida líquida consolidada da Energisa era de R$ 15,252 bilhões, ante R$ 13,574 bilhões ao encerramento de 2020. A alavancagem, medida pela relação dívida líquida por Ebitda ajustado, encerrou o período em 2,3 vezes, abaixo das 2,4 vezes do trimestre anterior.