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Equatorial (EQTL3) lidera as altas da bolsa após aquisição da CELG-D da Enel

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Em meio a correção dos mercados e da sangria do Ibovespa, que tem seu pior desempenho da semana nesta sexta-feira e reverte os ganhos recentes, a companhia Equatorial Energia (EQTL3) lidera as altas do indicador.

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A movimentação vem após a Equatorial anunciar durante a madrugada a compra da CELG-D, distribuidora de energia de Goiás que havia se tornado uma dor de cabeça para a italiana Enel devido aos blackouts que atormentam o estado.

Segundo comunicado, a Equatorial está pagando R$ 1,6 bilhão pela CELG-D e assumindo a dívida líquida de R$ 5,9 bi reportada em 31 de março, o último balanço publicado.

Em 2018, um ano depois de comprar a CELG-D por R$ 2,2 bi, a Enel reconheceu uma base de ativos regulatória (RAB) de R$ 3 bi. De lá para cá, os italianos investiram R$ 5 bilhões na empresa, o que sugere que a RAB atual seja de pelo menos R$ 8 bi. Olhando apenas estes números e desconsiderando eventuais contingências que podem encarecer a aquisição, a Equatorial está pagando um enterprise value ligeiramente abaixo de RAB, enquanto as distribuidoras negociam na Bolsa a um múltiplo médio de 1,7-1,8x EV/RAB. Já a Equatorial negocia com um prêmio de cerca de 10%, em torno de 2x.

A Equatorial – que levantou R$ 2,8 bilhões em fevereiro a R$ 23,50/ação – vai pagar a compra usando parte de seus mais de R$ 10 bilhões em caixa. Com a aquisição, a Equatorial finca sua bandeira em um estado que ostenta muita demanda reprimida por energia depois de anos de subinvestimento.

Entre 2010 a 2020, Goiás cresceu substancialmente acima do Brasil em boa parte graças à força do agronegócio. Apesar de ter acelerado investimentos para fazer um catch-up, a Enel se viu numa situação política delicada quando começou a faltar energia em Goiânia diversas vezes por dia.

“A Enel caminha para descumprir pelo segundo ano consecutivo as metas de melhoria dos serviços da Aneel, e isto pode lhe custar a perda da concessão,” o Governador Ronaldo Caiado disse numa entrevista recente. […] “O melhor caminho é que ela desista de tentar lucrar com a operação de venda e transfira o controle. Queremos a Enel fora de Goiás.”

Esta é a sétima aquisição de uma distribuidora pela Equatorial.