A Equatorial Energia (EQTL3), uma das principais empresas do setor de energia no Brasil, registrou uma significativa movimentação de ações por parte de sua diretoria no mês de novembro. Segundo documento divulgado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nesta quarta-feira (20), a diretoria da empresa vendeu R$ 12,479 milhões em ações. Esta movimentação envolveu 366.000 ações, o que representa aproximadamente 5% do total de ações detidas pela diretoria da Equatorial, que agora passa a ter um saldo de 6,7 milhões de ações.
A venda de ações por membros da diretoria de empresas listadas em bolsa de valores é um evento que atrai a atenção do mercado, especialmente pelo volume financeiro envolvido e pelas possíveis interpretações sobre a confiança da gestão no futuro da empresa. No caso da Equatorial, a venda pode ser vista sob diversas perspectivas, incluindo a realização de lucros ou a diversificação de investimentos pessoais dos executivos.
Recentemente, a empresa conseguiu zerar as ações que possuía em tesouraria, uma movimentação que resultou em um aumento notável no valor de suas ações em um dia em que o mercado geral estava em declínio. Este evento marca o fim de uma sobreposição de papéis, conhecida como “overhang”, e destaca a astúcia financeira da Equatorial Energia.
Em agosto, a Equatorial Energia revelou planos para vender 28,9 milhões de ações em tesouraria, que representavam aproximadamente 2,5% do seu capital total. Desde então, a empresa vinha realizando vendas graduais por meio da mesa de operações do BTG Pactual. Até o início de hoje, a companhia ainda detinha cerca de 17% da posição inicial. Foi nesse ponto que a corretora Itaú entrou em cena, demonstrando interesse pelo saldo remanescente. Surpreendentemente, uma transação direta foi realizada sem garantia firme, envolvendo a venda de 4,85 milhões de ações a R$ 34,99 cada, totalizando 0,42% do capital da Equatorial.
Os compradores dessas ações foram identificados como dois fundos de investimento long-only locais. Essa venda estratégica não foi apenas uma decisão de momento, mas o resultado de uma série de ações bem pensadas pela Equatorial Energia. A empresa havia recomprado essas ações em tesouraria no primeiro semestre de 2021, quando sua alavancagem era de apenas 2,3 vezes o EBITDA. Com o aumento da alavancagem para 3,6 vezes, a Equatorial decidiu vender essas ações como uma forma de reduzir sua dívida.
Essa estratégia se provou extremamente lucrativa para a Equatorial Energia. O investimento inicial para a recompra das ações foi de R$ 640 milhões. Com a venda recente, a empresa arrecadou R$ 990 milhões, resultando em um ganho expressivo de aproximadamente R$ 350 milhões. Esse sucesso financeiro é um testemunho da gestão eficaz e da visão estratégica da empresa em um mercado volátil.
Hora de comprar?
O Itaú BBA, uma das principais instituições financeiras do Brasil, recentemente reforçou sua recomendação da Equatorial Energia (EQTL3) como a escolha principal no setor de energia elétrica. Este endosso vem na esteira de uma série de fatores positivos identificados pela instituição, que elevou o preço-alvo da ação de R$ 37,10 para R$ 42 até o fim de 2024, indicando um potencial de valorização de 20,7% sobre o preço atual.
A decisão do BBA se baseia em uma avaliação abrangente, que inclui um valuation atrativo, a expectativa de um forte aumento no Ebitda (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização), uma rápida desalavancagem e um cenário de crescimento promissor para a Equatorial Energia. O banco ressalta que a empresa, negociada a uma Taxa Interna de Retorno (TIR) de 10,2% — superior aos 5,4% do Tesouro Direto e à média de 10,4% do setor de utilidades públicas —, tem se destacado na alocação inteligente de capital e na execução bem-sucedida de processos de turnaround nos últimos dez anos.
Um dos principais pontos positivos para a Equatorial Energia são as revisões tarifárias em algumas de suas distribuidoras. A instituição financeira aponta que a empresa finalizou importantes redefinições tarifárias nas concessões de Celpa, Celg e Cepisa, e está perto de concluir o processo com a CEA. Embora a Aneel tenha postergado a discussão final sobre este último caso, os números preliminares indicam um aumento substancial no Ebitda contratado a partir de 2024.
O Itaú BBA também reconhece o forte crescimento orgânico da Equatorial Energia, especialmente através das concessões de distribuição. A análise destaca que a Celg, por exemplo, deve contribuir com um aumento ano a ano de aproximadamente R$ 1 bilhão no Ebitda. Para as distribuidoras da Equatorial, espera-se um Ebitda de R$ 8,5 bilhões em 2024, um aumento de 41% acima do nível regulatório.
Além do setor elétrico, a Equatorial Energia está se posicionando fortemente no segmento de saneamento, com um pipeline extenso de projetos para os próximos dois anos, incluindo a entrada em novos mercados. O retorno do BNDES como principal assessor financeiro para concessões e PPPs (Parcerias Público-Privadas) no setor de saneamento pode trazer mudanças estruturais nos leilões, potencialmente favorecendo tarifas menores e uma universalização antecipada dos serviços.
O último dia do investidor da Equatorial também apontou para um ambiente competitivo mais saudável no saneamento, uma vez que vários players do setor ganharam diversas concessões nos últimos anos e agora estão mais alavancados.
Apesar do cenário positivo delineado pelo Itaú BBA, a ação da Equatorial Energia experimentou uma queda de 1,28% no fechamento da última quarta-feira. A XP Investimentos interpreta este movimento como uma “realização de lucros após um rali forte desde outubro”, período em que a ação teve um aumento de 30%. Contudo, a visão de longo prazo permanece otimista, com a Equatorial sendo uma das ‘top picks’ do Santander no setor de bens de capital e conglomerados.
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