O Banco Central dos Estados Unidos decidiu elevar a taxa de juros em 0,75%. A decisão foi tomada ontem, 02 de novembro, durante a reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC). Conforme era esperado pelo mercado, os juros americanos ficam, agora, para a faixa de 3,75% – 4%.
De acordo com o diretor de Alocação e Distribuição da InvestSmart XP, André Meirelles, a decisão não foge do que já era calculado pelo mercado e reflete o cenário de alta inflação que os EUA vêm enfrentando. Em setembro, o CPI avançou 0,4%, acima do consenso de 0,2%.
Segundo Meirelles, entre os motivos para o avanço dos preços, está o aquecimento do mercado de trabalho.
“A geração de empregos levou ao aumento dos salários, pressionando a inflação pelo lado da demanda”, explica o diretor. Em seu comunicado, o FOMC admitiu que os ganhos de emprego foram robustos nos últimos meses e a taxa de desemprego permaneceu baixa.
Por este motivo, o mercado ficará atento à divulgação do Payroll, relatório divulgado na sexta-feira (04), que indicará a variação no número de pessoas empregadas durante o mês de outubro.
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“As expectativas são de que tenham sido criados cerca de 200 mil empregos no mês passado”, afirma Meirelles. O executivo destaca, ainda, que, nas últimas seis leituras, o número foi acima do projetado pelo mercado.
A próxima reunião do Comitê está marcada para dezembro, entre os dias 13 e 14, e a expectativa do mercado gira em torno da redução na magnitude da elevação da taxa de juros, que passaria de aumentos de 0,75% para 0,5%. Entretanto, em seu comunicado, o FOMC não sinalizou explicitamente essa redução, dizendo apenas que irá considerar o aperto acumulativo e os atrasos que a política monetária tende a ter na atividade econômica e na inflação.
“Até então, o consenso de mercado aponta para uma taxa terminal no intervalo de 5,25%-5,5%. A expectativa é que o ciclo de aumento de juros nos EUA finalize apenas em meados de 2023”, esclarece Meirelles.
