O presidente Lula prometeu uma nova era de relações internacionais para o Brasil, mas as coisas não parecem estar indo bem.
Enquanto diplomatas e ministros do governo viajam pelo mundo em uma campanha de “O Brasil voltou”, prometendo um parceiro previsível e confiável, a realidade é outra.
Lula enfrenta obstáculos estrangeiros, traições e promessas vazias de parceiros que pareciam prontos para uma nova era de relações com o Brasil.
Uma das maiores dificuldades enfrentadas pelo governo Lula é a negociação do acordo comercial entre Mercosul e Europa.
Os europeus apresentaram uma proposta de protocolo ambiental que foi considerada decepcionante pelo governo brasileiro.
Além disso, o texto foi vazado para ambientalistas europeus, criando um profundo mal-estar no Itamaraty, já que denunciaram a incapacidade da nova proposta de frear o desmatamento.
No Itamaraty, o gesto causou profundo mal-estar, já que rompeu a boa-fé do processo e ainda criou uma pressão ainda mais elevada para que as exigências fossem aprofundadas. A surpresa dentro do governo brasileiro é que isso tudo acontece com um presidente — no caso Lula — que se comprometeu em ressuscitar a política ambiental e zerar o desmatamento.
Lula havia se comprometido em ressuscitar a política ambiental e zerar o desmatamento, mas os europeus estão fazendo exigências ao Brasil que jamais impuseram em outros acordos.
O governo brasileiro deixou claro que não aceitará medidas unilaterais e nem condições impostas sobre como cada país do Mercosul deveria lidar com suas realidades. Para membros do governo, os europeus estão revelando sua face protecionista, uma vez mais.
Enquanto isso, Lula enfrenta percalços inesperados, como a pneumonia que o obrigou a adiar sem data o anúncio de mais de 20 acordos com a China, na principal viagem do ano em que mostraria ao mundo a transformação do eixo da economia nacional.
O Itamaraty insiste que está disposto a continuar negociando, mas a realidade é que as boas intenções em atos concretos esbarram em interesses protecionistas e considerações geopolíticas. Enquanto isso, Lula promete transformar a inserção internacional do Brasil, mas vive um choque de realidade diante dos desafios que o país enfrenta no cenário internacional.