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Fundos de investimento têm captação líquida positiva de R$ 8 bilhões no primeiro semestre

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O resultado do período foi influenciado pelo aumento da taxa de juros e pelo movimento de diversificação dos investimentos

Os fundos de investimento fecharam o primeiro semestre de 2022 com captação líquida positiva (diferença entre aplicações e resgates) de R$ 8 bilhões, segundo dados da ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais). O resultado é 97,1% inferior ao registrado no mesmo período do ano anterior, quando o saldo líquido da indústria foi de R$ 272,5 bilhões.

Os fundos de renda fixa foram o destaque do semestre, totalizando R$ 88,8 bilhões de captação líquida. O montante representa queda de 25% na comparação com mesmo período de 2021.

“Vemos um movimento de migração dos fundos de renda fixa para outros produtos de mesma categoria, principalmente aqueles que oferecem isenção de imposto de renda, como LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) e LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio)”

explica Pedro Rudge, vice-presidente da ANBIMA.

Em contrapartida, os multimercados tiveram resgates líquidos de R$ 61,8 bilhões. O resultado da classe é inferior ao primeiro semestre de 2021, quando apresentou saldo líquido positivo de R$ 89,9 bilhões. Os fundos de ações tiveram saídas líquidas de R$ 49,5 bilhões frente a retiradas de R$ 3,8 bilhões em 2021.

Os fundos de previdência e FIPs (Fundos de Investimento em Participações) também apresentaram resultado negativo, com R$ 1,1 bilhão e R$ 600 milhões de saques, respectivamente.

Investimento no exterior

Embora o número de fundos que investem, no mínimo, 67% em ativos no exterior tenha crescido 7,1% no primeiro semestre de 2022, chegando a 736 fundos e mais de 310 mil contas, eles tiveram resgates líquidos de R$ 18,3 bilhões no período. Ao todo, somam patrimônio líquido de R$ 40,2 bilhões.

Os ETFs (Exchange Traded Funds) atrelados a indicadores internacionais acompanham a mesma performance. Eles apresentaram resgates líquidos de R$ 1,3 bilhão e somam R$ 2,3 bilhões de patrimônio líquido.

“A proporção de investidores com ativos no exterior ainda é pequena se comparada à quantidade de ativos internacionais existentes. Mas temos notado um crescimento constante no interesse do investidor, que está cada vez mais ciente da importância da diversificação”

explica Giuliano De Marchi, diretor da ANBIMA.

Ativos digitais

Os fundos que aplicam diretamente em ativos digitais somam patrimônio líquido de R$ 4,7 bilhões, queda de 7,8% em comparação a março, quando o montante era de R$ 5,1 bilhões. Ao todo, são 37 fundos desse tipo.

Número de contas

As contas que aplicam em fundos cresceram 11,4% no período de maio de 2021 a maio de 2022, passando de 28,3 milhões para 31,6 milhões. O resultado foi influenciado, principalmente, pelos fundos imobiliários, com aumento de mais de 2,2 milhões de contas. Em seguida, a classe de multimercados cresceu 10,5%, chegando a 5,3 milhões de contas.

Rentabilidades acumuladas no semestre

Na classe de renda fixa, todos os tipos de fundos fecharam no azul, com retornos próximos da taxa DI. O destaque fica com renda fixa duração alta grau de investimento (investe 80% em títulos públicos federais e/ou ativos com baixo risco de crédito) com resultado positivo de 8,2%.

Quase todos os multimercados tiveram retornos positivos no acumulado do primeiro semestre de 2022 — a exceção foi o tipo investimento no exterior (aplica mais de 40% em ativos lá fora), que apresentou perdas de 0,6%. Entre as rentabilidades positivas, a maior foi a do tipo macro (realiza operações em diversas classes de ativos) com 11,2%.

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