As tendências ambientais e sociais e de governança estão ditando os ritmos da economia global. Com questões de sustentabilidade e transparecia cada vez mais em pauta, o mercado também vem abraçando as empresas que praticam os “bons modos”.
Neste conceito, atualmente investidores buscam, além de empresas com boas margens, empresas com valores que se enquadrem na realidade atual do mercado financeiro. Ou seja, empresas que levam em consideração o meio ambiente nas suas operações, além de questões sociais, e sem deixar a transparência de lado.
O mercado leva isto tão a sério, que existe um termo específico para listar este movimento: ESG.
O ESG é a sigla para Environmental, Social and Governance (que é traduzida como Ambiental, Social e Governança), essa sigla foi criada pela Organização das Nações Unidas, em um evento que reuniu instituições financeiras de vários países. A proposta desse conceito é definir ações que devem ser colocados em prática para solucionar problemas envolvendo os três tópicos da sigla, o conceito é utilizado para descrever as chamadas “boas práticas” empresariais.
A letra E corresponde a environmental — em português, meio ambiente ou o que diz respeito à ambiental.
É esperado que as empresas que aderem boas práticas de ESG atentem para algumas questões específicas de preservação do meio ambiente como poluição do ar e da água, gestão de resíduos e preservação de biodiversidade. O critério de Meio Ambiente busca mostrar como a companhia atua na gestão da natureza.
Conforme citamos anteriormente, o caso do rompimento da barragem de brumadinho mostrou que a Vale negligenciava questões ambientais, e quando isto veio a tona, as ações perderam valor de mercado rapidamente. Você não quer ter em seu portfólio de investimentos empresas que deixam o meio ambiente em segundo plano.
Já a letra S corresponde ao social à relação de uma empresa com seus colaboradores, fornecedores, clientes e investidores. Por exemplo: Diversidade das equipes, proteção de dados e privacidade e respeito às leis trabalhistas. O Social examina se a organização viola direitos humanos universais, monitorando as relações da empresa entre trabalhadores, os fornecedores e as comunidades onde atuam.
E por último, o G quer dizer governance, ou seja, às condutas de administração de uma empresa, como, por exemplo: conduta corporativa e remuneração de executivos. Essa avaliação envolve práticas de gestão empresarial ligadas ao combate à corrupção e ao compliance.
ESG salva as florestas, mas queima seu dinheiro?
Apesar de ditarem uma tendência, o fluxo ESG não está rendendo uma forte rentabilidade para seus investidores. fundos ESG perderam dinheiro no Brasil em 2022 – tanto em resgates quanto em prejuízos nos investimentos.
De acordo com levantamento realizado pelo Trademap a pedido do Brazil Journal, enquanto houve captação de R$ 3,5 bilhões por fundos com nomenclatura ESG no Brasil em 2021, o valor deste ano foi de R$ 700 milhões – só que de resgates. Porém, nem todos estão pessimistas com os ativos sustentáveis: a Schroders afirma que seguirá em busca de ativos ESG, mas que vai atuar de maneira pragmática. “Para nós, ESG é algo muito prático, especialmente com governança. Uma empresa não tem o ‘E’ e nem o ‘S’ se descuidar do próprio ‘G’”, disse Daniel Celano, country manager da Schroders no Brasil.