Criação de empregos formais no Brasil cai 44% em maio de 2023, segundo dados do Caged, mas todos os setores e regiões seguem gerando vagas.
O mês de maio de 2023 marcou uma queda acentuada na criação de empregos formais no Brasil, com uma redução de 44% em relação ao mesmo período do ano anterior. O número de vagas criadas foi de 1,552 milhão, frente a 277,73 mil empregos formais criados em maio de 2022, conforme dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
Apesar do declínio, todos os setores da economia e regiões do país continuam gerando vagas. O salário médio de admissão em maio de 2023 foi de R$ 2.004,57, representando um aumento em relação ao ano anterior.
Criação de empregos formais no Brasil desacelera, mas todas as regiões e setores continuam a gerar vagas
Maio de 2023 testemunhou uma queda significativa na criação de empregos formais no Brasil. Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o país criou 1,552 milhão de vagas formais, uma redução de 44% em comparação ao mesmo mês do ano anterior, quando foram criados 277,73 mil empregos formais.
Nos primeiros cinco meses de 2023, o Brasil gerou 865,36 mil vagas formais de emprego, uma queda de 21,5% em comparação com o mesmo período de 2022, quando foram criadas 1,1 milhão de vagas. A diminuição na criação de empregos é um sinal de alerta para a economia brasileira, exigindo atenção dos formuladores de políticas.
Apesar da diminuição na criação de empregos, houve um aumento no salário médio de admissão em maio de 2023. O valor foi de R$ 2.004,57, uma queda em relação a abril do mesmo ano, mas superior ao valor de maio de 2022, quando o salário médio de admissão foi de R$ 1.969,02.
Micro e pequenas empresas criam sete de cada 10 empregos no país
Depois de ficar sete meses à procura de um emprego, Rosana Fernandes, 41 anos, conseguiu uma vaga com carteira assinada. Ela foi contratada recentemente por uma microempresa de alimentos congelados, em Brasília. A cozinheira comemora a nova ocupação.
“É a minha fonte de renda, ainda mais que sou pai e mãe lá em casa. Me ajuda a sustentar o meu filho e a minha mãe, que também mora comigo.”
Rosana faz parte de uma estatística que mostra o poder das micro e pequenas empresas (MPE) na geração de emprego no país. Um estudo feito pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) revela que, este ano, sete em cada dez vagas de trabalho com carteira assinada foram criadas por micro e pequenos negócios.
O estudo foi feito com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego. De janeiro a maio, o Brasil criou 865.360 empregos formais. Desses, 594.213 foram por MPE. Isso representa 69%.
Participação na economia
De acordo com o presidente do Sebrae, Décio Lima, a maioria das MPE possui até cinco colaboradores. “Em um contexto de cerca de 22 milhões de pequenos negócios, as MPE são fundamentais à economia, respondendo por cerca de 99% de todas as empresas que existem no país, 55% do conjunto total de empregos com carteira e quase 30% do PIB [soma de todos os produtos e serviços do país em um ano]”, disse.
No levantamento, são considerados microempresas os negócios com até nove empregados (agropecuária, comércio e serviço) ou 19 funcionários (indústria e mineração). Pequenas empresas são as que têm até 49 trabalhadores (agropecuária, comércio e serviço) ou 99 empregados (indústria e mineração).
Só em maio, os pequenos negócios responderam por 70% (108.406 dos 155.270) dos novos vínculos empregatícios. Um aumento de 2 pontos percentuais em relação aos 68% obtidos no mesmo mês do ano passado.
Esse crescimento da participação das MPE no volume total de empregos no país vai na contramão do comportamento das médias e grandes empresas (MGE). As MGE viram a fatia delas no total de empregos formais cair de 22% em maio de 2022 para 15% em maio de 2023.