O governo federal estuda retirar os incentivos de ICMS oferecidos às empresas do setor varejista, gerando preocupações no mercado e impactando as ações das empresas envolvidas.
Ações do varejo sofrem pressão e setor teme perda de incentivos fiscais
O governo federal tem causado preocupação no mercado ao estudar a retirada de incentivos fiscais, como o ICMS, das empresas do setor varejista. Essa medida, se aprovada, pode afetar significativamente a lucratividade das empresas e, consequentemente, o emprego no país.
Segundo a XP, a exposição das varejistas a todos os benefícios fiscais é de 31% do lucro líquido. No ano passado, esses benefícios foram responsáveis por 44% do lucro líquido do Grupo Soma, 36% do lucro da Arezzo e 39% do lucro da Vivara. Outras varejistas com alta exposição são a Pague Menos, Via, Natura e Grupo Mateus.
O JP Morgan apontou as empresas em que os incentivos fiscais mais contribuem para o valor justo dos ativos: Soma, Vivara e Arezzo lideram a lista. Por outro lado, empresas como Petz, Natura&Co, Magazine Luiza e Carrefour possuem contribuição zero ou insignificante desses incentivos para o valor justo das ações.
No setor de saúde, apenas Hypera e Viveo possuem exposição direta relevante a incentivos fiscais.
O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a União perde cerca de R$ 90 bilhões de arrecadação por ano com a exclusão do ICMS da base de cálculo. Porém, para aprovar essa medida, o governo precisaria da maioria no Congresso, o que pode ser difícil de conseguir, segundo a Arko Advice.
Essa medida pode encontrar resistência no Congresso, além de gerar impactos significativos nas empresas e no emprego no país. A aprovação dessa medida depende do capital político do governo e de negociações no Congresso, e somente quando as pautas forem votadas será possível mensurar o real impacto nas empresas afetadas.