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Governo Lula quer taxar quem aluga pelo Airbnb e Booking

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A Receita Federal está avaliando formas de cobrar Imposto de Renda sobre aluguéis recebidos por meio de plataformas como Airbnb e Booking.com.

Na última segunda-feira (08), representantes do segmento se reuniram com o secretário do Fisco, Robinson Barreirinhas e discutiram sobre a Receita Federal estar avaliando formas de cobrar Imposto de Renda sobre aluguéis recebidos por meio de plataformas como Airbnb e Booking.com, atendendo a pedido do setor hoteleiro.

O presidente do Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (Fohb), Orlando Souza,  adiantou que as ações podem incluir “uma revisão das declarações dos últimos cinco anos e a implementação de um mecanismo para cruzamento de dados dessas operações”.

Segundo informações, a Receita Federal não quis comentar o assunto, mas interlocutores confirmaram ao Estadão que as medidas estão sendo elaboradas e que os contribuintes terão a chance de autorregularização.

Para Souza, a principal questão é o “desequilíbrio concorrencial”. Ele ressalta que a prioridade é garantir a taxação da renda dos anfitriões para alcançar uma concorrência mais justa.

O que o Airbnb disse

O Airbnb afirmou que os anfitriões são responsáveis por recolher impostos e que a plataforma sempre enfatizou a educação de sua comunidade.

“Contamos com o Centro de Recursos Fiscais, uma página especial que disponibiliza informações relevantes aos anfitriões para ajudá-los a compreender as obrigações tributárias no Brasil”, diz a nota.

Governo Lula está sendo irresponsável no fiscal, afirma analista

O presidente Lula fez um pronunciamento em rede nacional para avaliar os 18 meses de seu governo. Este, iniciado em janeiro de 2023. 

Lula destacou avanços econômicos, enfatizando seu compromisso com a responsabilidade fiscal. Entre os pontos abordados, ele mencionou recordes nas exportações. E elogiou a Petrobras, celebrou a aprovação da reforma tributária e anunciou que levará ao G-20 a proposta de taxação de super-ricos. No entanto, Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados, criticou o discurso, classificando-o como uma “peça de propaganda” e afirmando que o país ainda enfrenta desafios relacionados à responsabilidade fiscal.

“É uma peça de propaganda. De fato, as exportações foram recordes, e algum investimento começa a voltar, só que a gente não está vivendo muito bem um cenário de responsabilidade fiscal .Temos um déficit primário muito elevado e o risco de dívida pública é extremamente elevado”, aponta.

O pronunciamento em rede nacional de Luiz Inácio Lula da Silva foi o quarto desde o início de seu mandato e ocorreu dois dias após o lançamento da nova fase do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que contará com uma seleção de R$ 41,2 bilhões provenientes de propostas dos municípios.

O discurso, contudo, vem em um momento delicado para as contas públicas. No dia 22 deste mês, o governo anunciou um bloqueio de R$ 11,2 bilhões em despesas obrigatórias do Orçamento de 2024 e um contingenciamento adicional de R$ 3,8 bilhões para cumprir a meta fiscal zero. Essas medidas foram necessárias para cobrir um aumento de R$ 11,3 bilhões nas despesas, incluindo gastos com o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e Previdência.

Essas ações, portanto, evitaram um possível déficit de R$ 32,6 bilhões, o que representaria um descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Com as medidas adotadas, o déficit projetado para 2024, no entanto, é de R$ 28,8 bilhões.

Pronunciando de Sérgio Vale 

“É uma peça de propaganda, em que apenas diz o que fez e trouxe nesse um ano e meio. De fato, as exportações foram recordes, algum investimento começa a voltar, e é um ganho o país estar voltando ao cenário internacional. Só que a gente não está vivendo muito bem um cenário de responsabilidade fiscal. Temos um déficit primário muito elevado e o risco de dívida pública é extremamente elevado, só perdendo para o período da pandemia por motivos óbvios. Ele [Lula] deixou o governo em 2010 com um crescimento forte, mas ele pula um longo período do governo Dilma [2011 a 2016], que deixou um estrago enorme na perspectiva de crescimento e teve impactos a longo prazo. É como se quem tivesse feito o estrago fossem os outros governos.”

“Ele [Lula] não aborda que tipo de investimento será feito com esse dinheiro. Há a percepção de a Petrobras investir mais em refinaria nos próximos anos, o que já se mostrou equivocado.” 

“A fala do presidente não sinaliza o que de fato está ocorrendo na questão fiscal, a economia ainda é muito falha e tem dificuldades.”

“Na política externa, houve uma melhora e o Brasil voltou de fato para o cenário internacional. O Lula sempre soube fazer isso e voltar a circular no mundo foi positivo. A proposta de levar a discussão da taxação dos super-ricos é válida, porém, a questão que fica é onde esses recursos serão empregados. Muitas vezes se fala em aumentar a taxação, mas que destino terá esse dinheiro.””

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