- São Paulo autorizou eventos com aves mediante protocolos rígidos contra influenza aviária.
- Medidas incluem controle de água e alimentação das aves, protocolos de limpeza e presença de veterinário.
- Restrições mantidas em municípios litorâneos devido ao risco de contato com aves migratórias possivelmente infectadas.
- Objetivo é prevenir disseminação da doença e proteger aves domésticas no estado.
A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo autorizou a retomada de exposições, torneios, feiras e outros eventos que envolvam a aglomeração de aves em todo o estado. A medida, divulgada através da Portaria 22 da Coordenadoria de Defesa Agropecuária, estabelece rigorosos protocolos de segurança biológica para prevenir a propagação da influenza aviária, doença que afeta aves e, em casos raros, pode ser transmitida aos humanos.
Os eventos agora devem cumprir requisitos específicos, incluindo o controle estrito das fontes de água e alimentação das aves, implementação de protocolos detalhados de limpeza e higienização, além da presença obrigatória de um médico veterinário responsável pela supervisão da saúde dos animais participantes. A medida visa reduzir significativamente o risco de disseminação da doença entre aves domésticas durante esses encontros.
Apesar da liberação geral, municípios do litoral paulista, como Bertioga, Cananeia, Caraguatatuba, Cubatão, Guarujá, Iguape, Ilha Comprida, Ilhabela, Itanhaém, Mongaguá, Peruíbe, Praia Grande, Santos, São Sebastião, São Vicente e Ubatuba, permanecem restritos de realizar tais eventos. Essa proibição se deve à preocupação com o contato potencial entre aves domésticas e migratórias, estas últimas podendo estar infectadas com o vírus da influenza aviária.
Essas medidas são essenciais para proteger a saúde das aves no estado de São Paulo e para mitigar os riscos de propagação de doenças aviárias em áreas sensíveis, como o litoral, onde a interação entre aves migratórias e domésticas é mais comum.
Contexto
No inicio do ano passado, foi detectada pela primeira vez em território nacional, diagnosticada em aves silvestres – o que não compromete a condição do Brasil como país livre de IAAP para o comércio.
Os vírus de influenza tipo A apresentam alta capacidade de mutação (drift e shift antigênico) e consequentemente de adaptação a novos hospedeiros. A adaptação dos vírus de influenza aviária ao homem já foi responsável por uma alta taxa de letalidade, e a possibilidade de transmissão desses vírus entre os seres humanos pode representar um alto risco para a população mundial.
De acordo o Ministério da Agricultura e Pecuária, atualmente os principais fatores que contribuem para a transmissão da influenza aviária são os seguintes:
Aves migratórias/silvestres – A exposição direta a aves silvestres infectadas é o principal fator de transmissão da IA. Estas aves atuam como hospedeiro natural e reservatório dos vírus da IA desempenhando um papel importante na evolução, manutenção e disseminação desses vírus. Essas aves normalmente apresentam infecção sem adoecer, o que lhes permite transportar o vírus a longas distâncias ao longo das rotas de migração. As principais espécies silvestres envolvidas parecem ser aves aquáticas, gaivotas e aves costeiras.
Globalização e comércio internacional – O intenso fluxo de pessoas ao redor do mundo, assim como de mercadorias, aumenta consideravelmente o risco de disseminação de doenças, incluindo a influenza aviária.
Mercados/feiras de vendas de aves vivas – Podem facilitar o contato próximo entre diferentes espécies de aves e outros animais, assim como com o homem, o que além de favorecer a transmissão, aumenta a possibilidade de recombinações genéticas entre diferentes tipos de vírus de influenza.