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Haddad muda meta fiscal para 2025 e Mercado reage

Ministro da Fazenda, confirmou em entrevista ao Grupo Globo a mudança da meta fiscal

Imagem/Reprodução
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  • Nova meta fiscal para 2025: Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirma em entrevista ao Grupo Globo a mudança da meta fiscal, buscando déficit zero para 2025, substituindo a meta anterior de superávit primário de 0,5% do PIB para 2024.
  • Impacto nos mercados: O anúncio provoca uma queda no Ibovespa e um aumento do dólar comercial, refletindo a preocupação dos investidores com a mudança de direção na política fiscal.
  • Flexibilização e reconhecimento de desafios: A mudança na meta fiscal sugere uma flexibilização na trajetória fiscal, indicando possíveis dificuldades em alcançar as metas anteriores, o que representa um reconhecimento implícito das dificuldades econômicas.
  • Aumento do salário mínimo: Haddad também anuncia um aumento de 6,4% no salário mínimo para 2025, para R$ 1.502, o que pode ter impacto adicional nas finanças públicas.
  • Objetivos fiscais: O governo pretende manter as despesas entre 18,7% e 18,8% do PIB, com expectativa de uma arrecadação acima de 18% do PIB, destacando a importância de controlar os gastos e aumentar a receita para garantir a sustentabilidade fiscal.

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirma planos do governo de ajustar a meta fiscal para 2025, durante entrevista ao canal de notícias do Grupo Globo. A equipe econômica liderada por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) visa agora alcançar um déficit zero para o próximo ano.

Anteriormente, a meta estabelecida era um superávit primário de 0,5% do PIB, equivalente a cerca de R$ 60 bilhões, com uma margem de tolerância de 0,25 ponto percentual para cima ou para baixo. Essa mudança indica uma nova direção na política econômica, possivelmente refletindo uma priorização de outros objetivos além do superávit primário.

Este ajuste pode ser interpretado como uma estratégia para estimular o crescimento econômico ou para enfrentar desafios específicos que requerem um aumento nos gastos públicos. A administração liderada por Luiz Inácio Lula da Silva parece adotar uma abordagem diferente em relação às metas fiscais em comparação com governos anteriores.

Impactos

O impacto do anuncio de Haddad foi imediato no mercado. Às declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, indicando uma possível flexibilização na trajetória fiscal do país. O Ibovespa mergulha e o dólar comercial atinge suas máximas do dia, refletindo a preocupação dos investidores com a deterioração da confiança no governo.

Haddad sugere um afrouxamento das metas fiscais, anteriormente estabelecidas para alcançar um superávit de 0,5% do PIB até 2025. Isso ecoa como um reconhecimento das dificuldades em atingir a meta de déficit zero em 2024, conforme previsto pelas diretrizes fiscais.

Além disso, a confirmação do aumento no salário mínimo para R$ 1.502 em 2025 agravou as preocupações sobre as finanças públicas, apontando para pressões adicionais sobre os gastos do governo.

As expectativas do governo em relação às despesas, entre 18,7% e 18,8% do PIB, e à arrecadação, acima de 18% do PIB, estão observadas de perto pelo mercado. Esses indicadores são cruciais para manter o equilíbrio fiscal e evitar um aumento ainda maior do déficit. Segundo informações do Valor Investe investidores agora estão avaliando o impacto dessas políticas na economia brasileira, o que certamente moldará as decisões de investimento nos próximos dias.

Em tempo

A proposta final de repactuação da dívida dos estados irá ao Congresso no fim do mês, após a reunião de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI), afirmação do próprio Haddad na ultima segunda-feira (8). Ele reuniu-se no início desta tarde com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, para discutir a pauta econômica no Congresso.

“Me comprometi que, na minha volta, espero receber a devolutiva dos estados para, com base na reação [dos entes], endereçar esse tema para que não precisemos esgotar o prazo”

afirmou o ministro ao lado de Pacheco.

A reunião do FMI e do Banco Mundial ocorrerá hoje e também no próximo dia 20 em Washington. Também haverá um encontro entre os ministros de Finanças do G20, grupo das 20 maiores economias do planeta, mais União Europeia e União Africana.

O encontro foi o primeiro após o presidente do Senado manter a desoneração da Previdência Social dos municípios. Pacheco deixou caducar o trecho da Medida Provisória 1.202, editada no fim do ano passado, que revogava a redução de 20% para 8% a contribuição de pequenas prefeituras ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Haddad disse ter sido surpreendido com a decisão e pediu um pacto entre os Poderes.

O projeto de renegociação da dívida dos estados beneficia principalmente o Sul e o Sudeste. As negociações têm sido capitaneadas por Pacheco, que pretende federalizar os ativos dos estados, como venda à União de ações de estatais como Companhia Energética Minas Gerais (Cemig), Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig) e Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa).