Hype do ESG acabou? Ação da Ambipar (AMPB) desaba 10%

A Ambipar, empresa especializada em soluções ambientais e de emergência, divulgou seus resultados do primeiro trimestre, revelando uma queda sequencial de 4,1% na receita bruta, totalizando R$ 1,25 bilhão. Esta é a primeira retração da receita desde o IPO da empresa, realizado em julho de 2020. No entanto, na comparação anual, o crescimento foi expressivo, com um aumento de 44,2% no top line.

O EBITDA ajustado também teve um recuo trimestral de 16,9%, fechando em R$ 291 milhões. O chairman Carlos Piani e o CFO Thiago Costa destacaram que os números ficaram abaixo das expectativas, mas já eram esperados devido à sazonalidade da Witt O’Briens, empresa americana adquirida pela Ambipar em setembro passado. No quarto trimestre, os resultados foram mais fortes devido à incorporação da Witt O’Briens, que oferece consultoria no desenvolvimento de programas de emergência para o governo dos Estados Unidos e empresas privadas.

Segundo os executivos, os primeiros meses do ano costumam ter um ritmo mais lento em contratos com o governo americano. Considerando que 85% das receitas da Ambipar estão vinculadas ao governo, o impacto na receita foi significativo. No entanto, eles ressaltaram que essas foram situações pontuais e que os executivos da Witt O’Briens garantiram que se trata apenas de um efeito sazonal. A expectativa para o futuro é otimista, já que o governo americano segue com seu plano trilionário de infraestrutura e com o compromisso em seguir práticas ESG.

A Ambipar também divulgou um prejuízo de R$ 120 milhões no trimestre, sendo que esse valor foi afetado por um efeito contábil decorrente da fusão da Response com a HPX Corp. Segundo o chairman, Carlos Piani, esse efeito é pontual e não será recorrente. Excluindo essa questão contábil, o lucro teria sido de R$ 10 milhões.