Ibovespa bate máxima histórica aos 132 mil pontos: O que explica?

O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, registrou uma significativa alta nesta quinta-feira, demonstrando uma robusta recuperação após um breve declínio na sessão anterior. Essa nova subida, que representou um aumento de 1,05%, elevou o índice para 132.182,01 pontos, marcando uma nova máxima histórica. Esse recorde superou o patamar anterior, estabelecido na última terça-feira.

Um dos principais contribuintes para esse avanço foi a performance notável da Vale (VALE3), cujas ações dispararam 3,33%. Esse aumento veio na esteira da alta do preço do minério de ferro na Ásia, impulsionado por estoques baixos e expectativas animadoras para o volume de compras de inverno.

Além da Vale, outras empresas como Braskem (BRKM5) e várias companhias aéreas também se destacaram positivamente no pregão. Por outro lado, a Casas Bahia (VIA3), com uma queda de 5,12%, sofreu a maior perda do dia. A Petrobras (PETR4), apesar das expectativas, teve um desempenho modesto, com um aumento marginal de 0,03%.

Um dos focos de atenção do mercado foi o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) divulgado pelo Banco Central do Brasil. O relatório trouxe notícias encorajadoras, com a autarquia elevando as projeções de crescimento para a economia brasileira em 2023, de 2,9% em setembro para 3%. Essa revisão positiva sinaliza uma robustez maior da economia nacional do que se previa anteriormente.

Além disso, o RTI apresentou uma forte revisão para melhor na perspectiva de que a inflação ultrapasse o teto da meta para este ano. As expectativas agora superam o limite superior de 4,75% da banda de tolerância em 17%, uma melhoria significativa em relação aos 67% estimados em setembro. Esse cenário sugere um controle mais efetivo da inflação, um fator crucial para a estabilidade econômica.

Ticker	Alta
BRKM5	6,31%
GOLL4	4,14%
SOMA3	4,08%
USIM5	3,05%
RAIZ4	2,81%
VBBR3	2,76%

Outro ponto importante do relatório foi a previsão de crescimento do crédito no país, estimado agora em 6,8% para este ano, uma leve redução em relação à estimativa anterior de 7,3%.

No que diz respeito ao futuro imediato do Ibovespa, a Ágora Investimentos aponta que o índice ainda enfrenta uma resistência em 132.350 pontos, o que pode indicar um possível movimento corretivo a curto prazo. Contudo, se houver um rompimento dessa resistência, o próximo objetivo de alta está na região dos 136.500 pontos. Por outro lado, o suporte consolidado do índice permanece em 128.170 pontos.

Anderson Silva, head de renda variável e sócio da GT Capital, compartilha uma visão otimista, sugerindo que o Ibovespa deve se acostumar a operar acima dos 125 mil pontos. Ele prevê que os pregões restantes de 2023 serão caracterizados por uma estabilidade, sem grandes movimentos de alta ou realizações de lucro. Silva destaca que os patamares de 100 mil pontos, antes vistos como um teto de mercado, agora se consolidam como um novo ponto de suporte, refletindo a nova realidade do mercado acionário brasileiro.