- Bolsa de Valores Brasileira:
- Ibovespa sobe 0,4%, atingindo 127.548 pontos, impulsionado pela alta das commodities.
- Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3) registram ganhos, contribuindo para o desempenho positivo.
- Mercado Cambial:
- Dólar mantém-se estável, com leve queda, devido à intervenção do Banco Central para conter a desvalorização do real.
- Juros Futuros (DIs):
- Taxas de juros futuros aumentam, refletindo cautela dos investidores diante do cenário internacional.
- Mercado Internacional:
- Ações e títulos de dívida sob pressão de indicadores econômicos sólidos nos EUA e aumento dos riscos geopolíticos.
- Setor Corporativo:
- Tesla enfrenta queda de mais de 5% nas ações devido a vendas abaixo das estimativas.
- Mercado Interno:
- Destaque para petro juniores, com Enauta (ENAT3) propondo combinação de negócios com 3R Petroleum (RRRP3).
- Lojas Renner (LREN3) sobe 3,80%, enquanto recomendação para Ultrapar (UGPA3) é rebaixada, com aumento no preço-alvo.
- Fator político:
- Decisão de Rodrigo Pacheco surpreende Fernando Haddad:
- Presidente do Congresso Nacional opta por não prorrogar parte da medida provisória (MPV 1202/2023) por 60 dias.
- A medida abordava quatro pontos defendidos pelo governo.
- Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, é pego de surpresa pela decisão em Brasília.
A Bolsa de Valores brasileira enfrentou um dia de desafios, e o destaque do dia (2), ficou por conta da resiliência em meio a um contexto internacional instável. O principal índice, o Ibovespa, demonstrou sua força ao registrar uma alta de 0,4%, atingindo os 127.548 pontos, contrariando o cenário em Nova York (NYSE), que encerrou no vermelho.
Esse desempenho positivo é impulsionado pela valorização das commodities, com destaque para o petróleo e o minério de ferro. A alta das commodities é um fator determinante para a Petrobras (PETR3 – PETR4), que registra um ganho de 2,6%, e para a Vale (VAL3), com um aumento de 1,4%, garantindo, assim, o desempenho positivo da Bolsa.
Enquanto isso, o mercado cambial observa uma intervenção pontual do Banco Central para estabilizar o dólar, que se mantém próximo da estabilidade, com uma leve queda de 0,02%, alcançando R$ 5,058. Leonel Mattos, analista de inteligência de mercados da StoneX, ressalta que o Banco Central justifica sua intervenção pelo vencimento de títulos de dívida em 15 de abril. No entanto, há uma percepção de que o BC busca conter a desvalorização recente do real e reduzir a volatilidade da taxa de câmbio. Este movimento destaca a atenção do BC em manter a estabilidade do mercado financeiro doméstico.
No mercado de juros futuros (DIs), observa-se um aumento ao longo da curva, refletindo a cautela dos investidores diante do cenário internacional e das perspectivas de política monetária. No exterior, as ações e os títulos de dívida são pressionados por indicadores econômicos sólidos nos Estados Unidos, uma recuperação dos preços das matérias-primas e um aumento dos riscos geopolíticos. Especula-se que os principais bancos centrais, incluindo o Federal Reserve (Fed), adotarão uma postura de manter as taxas de juros elevadas por um período prolongado.
Aproximando-se do relatório de emprego (payroll) aguardado para sexta-feira, dia 5, a cautela aumenta entre os investidores, especialmente após o relatório JOLTs de fevereiro, que mostrou estabilidade na criação de empregos nos Estados Unidos. Este relatório é de suma importância para o Federal Reserve em suas decisões de política monetária, e seu resultado pode influenciar significativamente os mercados financeiros globais.
Por outro lado, no setor corporativo, a Tesla enfrenta um desafio com suas ações registrando uma queda de mais de 5%, após vendas aquém das estimativas, marcando a primeira queda desde 2020. Este revés ressalta a sensibilidade do mercado às expectativas de desempenho das empresas, especialmente aquelas com uma presença significativa nos mercados internacionais.
Em suma, o mercado financeiro brasileiro continua a demonstrar sua resiliência diante de desafios tanto domésticos quanto internacionais. Enquanto a Bolsa de Valores registra um desempenho positivo impulsionado pela valorização das commodities, o mercado cambial e de juros futuros reflete a cautela dos investidores em meio a um cenário global incerto. A espera pelo relatório de emprego dos EUA adiciona uma camada adicional de cautela, enquanto as empresas enfrentam pressões para atender às expectativas do mercado.
Saldo geral
No mercado interno, além das empresas de grande porte (blue chips), as atenções se voltaram para as empresas petrolíferas de menor porte, conhecidas como petro juniores, que protagonizaram uma reviravolta notável com o anúncio de uma proposta de combinação de negócios entre a Enauta (ENAT3) e a 3R Petroleum (RRRP3). Enquanto a ENAT3 registrou uma queda de 11,09%, a RRRP3 apresentou uma alta de 0,73%, atingindo sua mínima do dia, mas chegando a um impressionante salto de 7% no ponto mais alto da sessão.
Além disso, a atuação de analistas influenciou as movimentações de alguns papéis. As ações da Lojas Renner (LREN3) tiveram um avanço consistente de 3,80%, impulsionadas por um “salto duplo de recomendação”. Enquanto isso, a recomendação para as ações da Ultrapar (UGPA3) foi rebaixada de compra para neutra, acompanhada de um aumento no preço-alvo de R$ 29 para R$ 31. A ação da Ultrapar registrou uma queda de 0,25%, mas chegou a recuar cerca de 3% no ponto mais baixo da sessão, refletindo a reação do mercado às mudanças nas perspectivas sobre a empresa.
Já em Brasília, a decisão do presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco, de não prorrogar por 60 dias na vigência de parte de medida provisória (MPV 1202/2023) que tratava de quatro pontos defendidos pelo governo pegou de surpresa o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Haddad defende o trabalho coordenado pelo equilíbrio fiscal, pelo déficit zero. Em aspas publicadas no jornal Correio Braziliense, o Ministro da Fazenda, pontuou:
“Você fixa uma meta de resultado primário e encaminha as leis que vão dar consistência para essa meta. O trabalho que estamos fazendo junto ao Congresso é no sentido de convencer os parlamentares de que precisamos encontrar fonte de financiamento das despesas criadas”
Fernando Haddad ao Correio Braziliense