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Incertezas seguem rondando o crescimento chinês; confira análise da hEDGEpoint

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Na última semana o banco central chines fez cortes nas principais taxas de juros do país, a primeira em 10 meses. Os custos de empréstimo de curto prazo caíram de 3,65% para 3,55% e as de médio prazo caíram de 4,3% para 4,2%. As taxas são utilizadas por bancos comerciais para operações financeiras com famílias e empresas no país.

A redução foi menor do que o esperado pelo mercado, levantando preocupações com a recuperação chinesa. O pequeno corte dos juros é um indicativo de que as autoridades monetárias estão tentando impulsionar o mercado imobiliário tomando cuidado para não pressionar demais os preços e gerar uma nova crise imobiliária.

A economia da China não está conseguindo promover confiança entre os participantes dos mais diversos mercados. A inflação continua próxima de zero, e os setores varejista e fabril enfrentam problemas para manter o otimismo visto no começo do ano.

Considerando setores influenciados pela construção civil, o setor imobiliário contribui com cerca de 20% do PIB do país. A força do segmento pesa na demanda global de commodities como minério de ferro e cobre.

Para as famílias chinesas, a propriedade é um de seus principais ativos. Cada pequena movimentação feita pelo governo no setor afeta diretamente a economia do país e as expectativas dos agentes do mercado. Dado que o custo das taxas de juros será menor, espera-se mais consumo e investimentos nos próximos meses devido ao maior dinamismo provido ao setor.

Essa é uma decisão importante, pois o mercado imobiliário mostra sinais de fraqueza e demanda insuficiente. Nos primeiros cinco meses do ano, o investimento imobiliário recuou 7,2% em relação ao ano anterior.

Embora os recentes cortes nas taxas de juros sejam bem-vindos, mais estímulos anticíclicos são necessários para sustentar a recuperação da economia. Por exemplo, o financiamento social agregado, uma medida ampla de crédito, foi de 1,6 trilhões de yuans (US$ 224 bilhões) em maio, abaixo das estimativas do mercado de 1,9 trilhão de yuans. O crescimento de crédito é um importante indicador do ciclo econômico da China e está preocupando analistas.

Mercado de energia mostra que o enfraquecimento não é homogêneo entre os setores

Apesar do enfraquecimento apresentado nos dados macroeconômicos, alguns mercados físicos – como os de energia – mostram que a desaceleração chinesa não é homogênea setorialmente. As refinarias estão aproveitando o desconto do petróleo russo e os grandes cracks para produtos refinados no país.

Os estoques de gasolina caíram 6% e a demanda de diesel aumentou 26% em relação ao mesmo período do ano passado. As importações de petróleo também têm apresentado números expressivos. A previsão é de que devem atingir novamente 12 milhões de bpd em junho, o maior volume para o mês nos últimos quatros anos. Portanto, o acumulado de chegada de petróleo no país em 2023 tem alcançado os maiores níveis do período pós-pandemia em um primeiro semestre.

Confira aqui a análise completa

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