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"Índice do Medo": VIX dispara 100% com aversão global ao risco

O VIX, o ‘índice do medo’, saltou 130,99% para US$ 53,99 nesta segunda-feira (5), refletindo a intensa aversão ao risco nos mercados globais.

Mercados em baixa
Mercados em baixa
  • Nesta segunda-feira (5), o VIX, conhecido como o “índice do medo”, ganhou destaque ao saltar 130,99%, atingindo US$ 53,99
  • Esse aumento reflete um cenário de intensa aversão ao risco nos mercados globais
  • Nesta manhã de segunda, as bolsas europeias, no entanto, e os índices futuros de Nova York apresentam perdas significativas

Nesta segunda-feira (5), o VIX, conhecido como o “índice do medo”, ganhou destaque ao saltar 130,99%, atingindo US$ 53,99 às 9h25 (horário de Brasília). Esse aumento reflete um cenário de intensa aversão ao risco nos mercados globais.

O VIX, cuja sigla vem de “Volatility Index” (Índice de Volatilidade), mede a expectativa do mercado para a volatilidade do S&P 500 nos próximos 30 dias, com base nos preços das opções desse índice. Desenvolvido pela Chicago Board Options Exchange (CBOE), um salto significativo no VIX geralmente indica um aumento no medo e incerteza entre os investidores.

“A semana começa com os principais mercados desabando, em meio à preocupações dos investidores de que o Fed poderia estar atrasado no apoio à economia ao não ter reduzido as taxas de juros ainda, o resultaria em uma desaceleração mais abrupta da economia global – e, todo esse movimento, naturalmente, leva a maior busca por proteção, especialmente entre os títulos dos Governos das maiores economias”, ressaltou a Ágora Investimentos.

Nesta manhã de segunda, as bolsas europeias e os índices futuros de Nova York apresentam perdas significativas. Assim, com a maioria registrando declínios superiores a 2%. O Nasdaq futuro, por exemplo, caiu mais de 6% em seu ponto mais baixo. Quase acionando, contudo, um circuit breaker, ampliando a correção técnica iniciada na sexta-feira.

Demais mercados

Nos demais mercados, o dólar avança frente à maioria das moedas, enquanto os rendimentos dos Treasuries caem mais acentuadamente devido às expectativas crescente. Estas, de que o Fed possa precisar reduzir os juros mais do que o previsto. Os contratos futuros de petróleo continuam a cair, atingindo o menor nível em sete meses, com as tensões no Oriente Médio e o selloff global influenciando o mercado. Por outro lado, os preços futuros do minério de ferro em Singapura sobem. E o yuan atinge seu nível mais forte em relação ao dólar americano desde janeiro.

Na Ásia, os mercados fecharam em forte baixa, com o Nikkei do Japão registrando uma queda superior a 12%. Esta baixa de 12,4% no Nikkei, que terminou o dia em 31.458,42 pontos, foi o pior desempenho desde a “Segunda-feira Negra” de 1987 e a maior perda em pontos na história do índice.

Apple despenca 8% no pré-mercado após vendas de Buffett

As ações da Apple (AAPL34) registraram uma queda superior a 8% no pré-mercado desta segunda-feira (5). Isto, após a Berkshire Hathaway, de Warren Buffett, reduzir quase pela metade sua participação na fabricante do iPhone. Esse declínio acentuado, no entanto, acontece em um contexto de ampla liquidação nos mercados globais.

Por volta das 9h30 (horário de Brasília), as ações da Apple em Nova York desabaram 9,75%. Assim, sendo negociadas abaixo de US$ 200. A queda também afetou outras empresas do setor tecnológico: a Hon Hai Precision Industry, montadora do iPhone listada em Taipei. Além da Taiwan Semiconductor Manufacturing, fabricante de chips, ambas tiveram uma desvalorização de cerca de 10% cada. No setor de componentes, a Murata Manufacturing viu suas ações caírem 15% em Tóquio, enquanto a LG Innotek diminuiu até 13% em Seul e a Luxshare Precision Industry recuou 7,7% em Shenzhen.

Buffett vende ações da Apple

A Berkshire Hathaway vendeu US$ 75,5 bilhões em ações da Apple no segundo trimestre. Assim, elevando o caixa de Warren Buffett a um recorde de US$ 276,9 bilhões. Essa venda ocorreu enquanto os índices de ações dos EUA estavam próximos dos picos de julho, antes da recente correção no mercado.

No último balanço, a Berkshire informou que sua participação na Apple, avaliada em US$ 84,2 bilhões no fim do segundo trimestre, foi reduzida em mais de 49%. Esse movimento faz parte de uma estratégia mais ampla de vendas para aumentar o caixa do conglomerado e pode também servir como proteção contra possíveis aumentos futuros nos impostos sobre ganhos de capital, conforme reportado pela CNBC.

“Deve ser difícil para qualquer um argumentar que isso não é negativo para o mercado”, escreveu Mike O’Rourke, estrategista-chefe de mercado da Jonestrading, em um relatório, referindo-se, assim, à venda de ações da Apple pela Berkshire.

As ações da Apple subiram 23% no trimestre até junho e atingiram um pico histórico em 16 de julho. Assim, impulsionadas pelas expectativas em torno das ofertas de IA da empresa. No entanto, a Bloomberg News revelou na semana passada que os novos recursos de IA da Apple não estarão prontos para o lançamento inicial das próximas atualizações de software. Estes, para iPhone e iPad.

Apesar das recentes vendas, a Apple permanece como a maior posição individual da Berkshire Hathaway. Que já havia reduzido sua participação na empresa no primeiro trimestre deste ano.


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