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Joint Venture "engatilhada": Arábia Saudita entra na "mira" da Taurus (TASA4)

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A Taurus Armas S.A (TASA4), uma das principais fabricantes de armas do Brasil, anunciou recentemente que está estudando a viabilidade de estabelecer uma joint venture no Reino da Arábia Saudita. A empresa, que é listada no Nível 2 da B3 sob os símbolos TASA3 e TASA4, informou que celebrou um Memorando de Entendimentos (MoU), não vinculante, com a empresa SCOPA DEFENSE TRADING LLC.

O objetivo da joint venture, caso obtenha todas as autorizações estatutárias e legais necessárias, será a fabricação de armas Taurus na Arábia Saudita e a comercialização em toda a região do “GCC” (Conselho de Cooperação dos Estados Árabes do Golfo). Os membros do GCC incluem Arábia Saudita, Bahrein, Catar, Emirados Árabes Unidos, Kuwait e Omã.

A parceria também visa atender a vários programas e plataformas do projeto Saudi Vision 2030, que estabelece uma visão abrangente e ambiciosa para o Reino da Arábia Saudita até o ano de 2030. O projeto tem várias frentes estratégicas para promover o desenvolvimento econômico e social da região, principalmente na área de defesa.

Após a assinatura do MoU, as partes terão até 12 meses para concluir os estudos de criação da joint venture e o plano de negócios a ser desenvolvido. Durante este período, a SCOPA DEFENSE TRADING LLC atuará como agente de negócios e distribuidora da TAURUS para explorar oportunidades de negócios para as Forças Policiais e Militares em toda a região do GCC.

A SCOPA DEFENSE TRADING LLC é uma das empresas de defesa mais proeminentes do Reino da Arábia Saudita. Através de um portfólio de produtos para as indústrias militares, contribui para a modernização do Exército Saudita e das Forças Armadas, alcançando mercados de defesa e segurança globais. A empresa pertence a Mohammad bin Abdulaziz Alajlan, vice-presidente do Grupo Ajlan & Bros, um conglomerado que atua em diversos setores estratégicos.

A Arábia Saudita possui atualmente o 5º maior orçamento de defesa do mundo e planeja que até o ano de 2030, 50% dos investimentos militares tenham origem em empresas locais.

A celebração desse Acordo é mais um passo importante na estratégia global da TAURUS como líder mundial na fabricação de armas leves e transferência de tecnologias. A empresa tem como base a rentabilidade sustentável, qualidade e melhoria dos indicadores financeiros e operacionais, além do forte investimento no desenvolvimento de tecnologias de novos produtos, processos e materiais.

A TAURUS manterá seus acionistas e o mercado devidamente informados sobre eventuais novas informações a respeito da matéria tratada neste Fato Relevante.

Lula dá aval para armas e ações podem disparar

O recente decreto sobre armas assinado pelo governo Lula na última sexta-feira (21) traz desafios, mas também oportunidades para a maior fabricante de armas do Brasil, a Taurus Armas (TASA4).

As novas regras estabelecem restrições a alguns calibres, o que significa que a empresa terá que se desfazer de estoques de armas que não se enquadram nas novas normas. No entanto, a procura por armas deve aumentar à medida que as novas autorizações, que estavam congeladas desde 1º de janeiro, voltarem a ser emitidas. Desde essa data, somente pessoas que já possuíam autorização poderiam adquirir armas de fogo.

A razão para esse congelamento foi o decreto assinado por Lula, que revogou as alterações promovidas pelo governo Bolsonaro em relação à legislação de armas, afetando principalmente aqueles que pretendiam se tornar atiradores esportivos. Com a publicação do novo decreto, a emissão de documentos para novos atiradores esportivos e a aquisição de armas voltam ao normal. As novas normas mantiveram os mesmos critérios do governo anterior para a obtenção dessas licenças, que incluem a filiação a um clube de tiro, ter mais de 25 anos, não possuir antecedentes criminais e ter ocupação lícita.

Durante o ano, milhares de pessoas que buscavam se tornar um CAC (Caçador, Atirador e Colecionador) ficaram impedidas devido ao decreto de 1º de janeiro, o que reprimiu a demanda por produtos da Taurus. Essa primeira medida estabelecia a criação de um GT (Grupo de Trabalho) para discutir e implementar uma nova legislação, que só foi apresentada após sete meses, na última sexta-feira.

Com a nova medida em vigor, espera-se um aumento na demanda, com dezenas de milhares de novos CACs no mercado, uma vez que a emissão de documentos foi normalizada e agora é responsabilidade da Polícia Federal. O Brasil atualmente conta com 783 mil CACs, de acordo com dados do Sigma (Sistema de Gerenciamento Militar de Armas), do Exército Brasileiro, que até a última sexta-feira era responsável pelo controle da categoria.

Esse “descongelamento” da demanda pode impulsionar as vendas da Taurus, à medida que um maior número de pessoas busca obter suas licenças e adquirir armas legalmente. A empresa terá a oportunidade de atender essa demanda e, ao mesmo tempo, se adaptar às novas regras e restrições estabelecidas pelo decreto de Lula. No entanto, a Taurus também deve estar preparada para enfrentar a concorrência no mercado de armas, pois a normalização das autorizações para novos atiradores esportivos pode atrair a entrada de outras empresas no setor.

Em sua mais recente análise, a Eleven diz que a Taurus (TASA4) tem valuation descontado e deve pagar bons dividendos, que reforça recomendação de compra

Companhia deverá praticar um payout de pelo menos 50% em 2023, o que resultaria em um dividend yield de 15,9%

Na visão de analistas, a ação da companhia está com um desconto acima da média e um dividend yield bastante atrativo. Com isso a casa de análise reforça a recomendação de compra para o ativo, com preço-alvo de R$ 17,00 para 2023.

Fã ou Hater?

Em uma entrevista ao Valor Econômico em agosto de 2022, Lula prometeu retomar o Estatuto do Desarmamento e recriar o Ministério da Segurança Pública se eleito. Ele criticou a política de armas do governo Bolsonaro, afirmando que o aumento da circulação de armas não contribui para a segurança pública.

Em julho de 2023, Lula assinou decretos para restringir o acesso de civis a armas e munições. Isso provocou uma reação da oposição no Congresso Nacional, que apresentou propostas para derrubar o decreto. Lula argumentou que a medida era necessária para a segurança pública e para evitar que armas caíssem nas mãos de criminosos.

Em uma entrevista à Folha de S.Paulo, Lula afirmou que o presidente Bolsonaro estava “entregando armas para o crime organizado”. Ele criticou a política de armas do governo Bolsonaro, argumentando que facilitar o acesso a armas não reduz a criminalidade, mas sim a alimenta.