Quem investe em ações de tecnologias sabe que a “vaca está indo para o brejo”. O setor sentiu na pele os impactos recentes da economia global e as ações da Locaweb (LWSA3) seguiram os movimentos. Mas a hora de comprar este ativo finalmente parece ter chegado.
Para o Bank of America, a companhia já dá sinais positivos para se descolar desse contexto. Em relatório divulgado nesta sexta-feira, o banco elevou a recomendação da empresa de neutra para compra. E, ao mesmo tempo, cortou o preço-alvo da ação de R$ 11,50 para R$ 10,50, o que representa uma valorização de 48,5% sobre o patamar de fechamento do pregão da quinta-feira, 19 de maio.
“Acreditamos que o mercado está colocando a Locaweb na mesma cesta de outras empresas de tecnologia, mas vemos a empresa em um estágio diferente em termos de maturidade”, escreveram os analistas Fred Mendes, Lucca Brendim, Mirela Oliveira e Gustavo Tiseo.
Para embasar essa tese, o quarteto cita a desvalorização acumulada de 45% pelas ações da Locaweb em 2022, levando-se em conta o preço de fechamento do pregão de ontem. Comparada a um recuo do setor como um todo na B3, durante o mesmo intervalo, de 50%.
Na contramão desse cenário, o BofA ressalta que fatores de atenção no balanço da companhia, como a margem Ebitda, já atingiram seu pior ponto e “ficaram no passado”, o que abre uma perspectiva mais otimista para o ativo, com viés de alta.
Para diferenciar a Locaweb de seus pares, o banco cita, por exemplo, uma margem Ebtida na faixa de 15% a 20% e uma posição de caixa líquido de R$ 540 milhões, além de alta liquidez. Os analistas também recorrem aos fatores que levaram à pressão da margem e dos indicadores em 2021 para reforçarem a visão diferenciada sobre o papel. Uma das questões foi a forte migração para as vendas digitais, em 2020, a partir da Covid-19, que impulsionaram o resultado da Locaweb naquele ano.
“Dadas as duras comparações de 2020, a Locaweb teve que investir pesadamente em 2021 para manter a mesma base de crescimento, o que pressionou as margens, juntamente com grandes fusões e aquisições”, afirmam os analistas.