O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024, definindo as diretrizes para o orçamento da União neste ano. Aprovado pelo Congresso em 22 de dezembro, o projeto inclui um valor recorde de R$ 53 bilhões para emendas parlamentares e R$ 4,9 bilhões para o fundo eleitoral. Publicada no Diário Oficial da União (DOU) nesta terça-feira (2), a nova lei estabelece a execução alinhada à meta de déficit zero nos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social.
Desafios Orçamentários e Principais Vetos
Apesar do maior destaque para emendas parlamentares e o fundo eleitoral, o texto sancionado por Lula também recebeu vetos significativos. O presidente vetou a determinação de pagamento da União aos entes federados no primeiro semestre de 2024, direcionado às áreas de saúde e assistência social. Lula justificou que tal medida aumentaria a “rigidez na gestão orçamentária e financeira”.
A emenda conservadora que proibia gastos para ações que ferem “valores tradicionais” também foi vetada, assim como o prazo de 30 dias para empenho e pagamento de emendas individuais. Então, o governo argumentou que esse prazo interferiria na gestão orçamentária do Poder Executivo federal.
Outros Pontos Vetados e Fundo Eleitoral Mantido
Além disso, diversos trechos foram vetados, como o Desenvolvimento da Educação Básica e a destinação de recursos para obras rodoviárias estaduais e municipais. O fundo eleitoral, no entanto, manteve um teto de R$ 4,9 bilhões para as eleições municipais de 2024.
Os vetos e aprovações apontam para desafios e perspectivas divergentes em relação ao orçamento de 2024. A medida visa equilibrar a execução orçamentária com as demandas diversas, enquanto o país enfrenta questões críticas nas áreas de saúde, assistência social e infraestrutura.
Aguardo da LOA
A Lei Orçamentária Anual (LOA) ainda aguarda análise por parte do presidente Lula. Afinal, a complexidade das decisões orçamentárias reflete o cenário desafiador e as diferentes visões sobre prioridades e direcionamentos para o ano em questão.
Mais notícias
Ministra da Saúde de Lula inflou preço de testes de COVID-19 em 700%
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)está no centro de uma polêmica envolvendo a venda de testes de Covid-19 ao Ministério da Saúde, com suspeitas de sobrepreço de 700%. Sob a gestão de Nísia Trindade, ex-presidente da Fiocruz e atual ministra da Saúde, a fundação teria vendido três milhões de testes ao ministério por R$ 19,40 cada, oito vezes mais caro do que o preço unitário ofertado por empresas privadas, que era de R$ 2,49.
A aquisição ocorreu por meio de um acordo de cooperação técnica em dezembro de 2022, suspendendo uma licitação em andamento com diversas empresas participantes. A decisão do Ministério da Saúde de comprar os testes da Fiocruz resultou em um sobrepreço de 679%, segundo o Tribunal de Contas da União (TCU). Então, os auditores da Corte reconheceram irregularidades tanto na suspensão da licitação quanto na contratação direta com a Fiocruz.
Determinações do TCU e Impacto Financeiro
O TCU determinou a suspensão do acordo com a Fiocruz, destacando um prejuízo estimado de R$ 400 milhões aos cofres federais. Afinal, a decisão permanece válida, e o tribunal está conduzindo análises mais detalhadas sobre o caso.
Posicionamento das Partes Envolvidas
O Ministério da Saúde alega que a suspensão da licitação se deu devido à desclassificação de empresas participantes. Em resposta, a Fiocruz declarou que o fornecimento dos testes faz parte de um contexto mais amplo, incluindo ações para desenvolver a produção nacional. No entanto, a instituição não esclareceu se esse “contexto” justifica o sobrepreço significativo dos testes.
Impacto na Saúde Pública
A polêmica levanta preocupações quanto à gestão financeira e à transparência nos acordos entre órgãos públicos e entidades como a Fiocruz. Com o TCU destacando o potencial prejuízo milionário, a investigação continua a fim de esclarecer as circunstâncias que levaram a essa decisão de compra.
Novo Edital em Andamento
Dessa forma, o Ministério da Saúde informou que está prestes a lançar um novo edital para a compra de testes rápidos de Covid-19, com previsão de entrega para o primeiro trimestre de 2024.
Portanto, esse cenário ressalta a importância da fiscalização rigorosa e da responsabilidade nas transações que afetam diretamente a saúde e os recursos públicos.