As declarações recentes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva têm preocupado aliados e integrantes do governo. Lula, que não deixou o modo palanque após a vitória na eleição de outubro passado, tem se envolvido em polêmicas e acusações sem provas.
Em entrevista ao site esquerdista Brasil 247, Lula afirmou que a Operação Lava Jato foi orquestrada em conjunto com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos para destruir empreiteiras brasileiras.
“Tenho consciência de que a Lava Jato fazia parte de uma mancomunação entre o Ministério Público brasileiro, a Polícia Federal brasileira e a Justiça americana, o Departamento de Justiça”, disse.
Diplomatas brasileiros e americanos ouvidos apontam que é uma coisa fazer uma acusação de envolvimento de um governo amigo em tal ação enquanto se está fora do poder, e outra com consequências fazê-lo sentado na cadeira de presidente.
A viagem de Lula para a China também está sendo vista com extrema cautela pelo Departamento de Estado americano, dado o histórico antiamericano do petista.
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Enquanto isso, aliados importantes do presidente consideram que ele precisa moderar seu tom. O presidente de um partido vital de seu arco de governo afirma que ele poderia ser menos enfático em sua campanha contra o Banco Central independente, por exemplo, mas compreende que para o Planalto é bom haver um bode expiatório enquanto o governo sofre para fazer deslanchar sua agenda legislativa.
Um petista próximo do presidente avalia que nada disso vai mudar, dado que Lula está “com sangue nos olhos como se fosse seu último mandato”.
Mas ele aponta gestos conciliatórios também: o petista está levando consigo para a China uma comitiva bastante representativa de setores que eram associados ao bolsonarismo no agronegócio, por exemplo.
O problema maior, segundo aliados, é o estilo de Lula. O presidente tem se envolvido em polêmicas e acusações sem provas, o que tem deixado o campo do folclore político e passado a preocupar seus apoiadores.
