- Lula considera afastar o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates.
- Aloizio Mercadante é visto como possível sucessor, devido à sua longa relação com Lula.
- Prates buscou audiência com Lula, levantando especulações sobre seu futuro na empresa.
- Assessoria de Lula nega decisão sobre afastamento de Prates.
- Prates ironizou especulações sobre sua saída, indicando que continua focado em suas responsabilidades.
- Fontes próximas a Lula confirmam intenção de substituir Prates, destacando tensões prévias sobre políticas de investimento na Petrobras.
- Mercadante sinalizou apoio a investimentos em refinarias, alinhando-se com possíveis prioridades de Lula.
- Impasse recente envolveu adiamento de pagamento de dividendos, com Prates se abstendo na votação.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem confidenciado a alguns interlocutores a sua disposição de afastar o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates. Fontes próximas ao Palácio do Planalto indicam que o nome mais cotado para substituí-lo é o do atual presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante. Tal escolha é fundamentada na relação de mais de 40 anos de Mercadante com Lula, remontando à fundação do PT. Contudo, a decisão sobre o sucessor de Prates ainda não foi formalizada, e outros nomes são mencionados nos bastidores.
De acordo com uma matéria publicada pela Folha de SP, Prates solicitou uma audiência com Lula para discutir sua situação na empresa devido a divergências públicas com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, não foi bem recebida no Palácio do Planalto. Auxiliares presidenciais interpretam essa iniciativa como uma tentativa de pressionar Lula, algo que não se coaduna com a forma como o presidente costuma lidar com tais situações.
Questionada, a assessoria de imprensa da Presidência da República, negou categoricamente que Lula tenha decidido afastar Prates do comando da Petrobras, acrescentando que não há previsão de reunião entre ambos nesta semana. Lula está em agenda de viagens pelo Nordeste, com compromissos em Pernambuco hoje e no Ceará amanhã, retornando a Brasília somente no fim da tarde do mesmo dia.
Bastidores
Nos bastidores, no entanto, fontes próximas a Lula e do PT, confirmam a intenção do presidente de afastar Prates. Embora Lula possa mudar de ideia, o presidente estaria mais inclinado a substituir Prates, especialmente devido à relação harmoniosa que mantém com Alexandre Silveira, que emergiu como uma figura contrária ao presidente da estatal em meio a várias divergências.
A tensão entre Lula e Prates começou a se manifestar no ano passado, durante a elaboração do plano de investimentos da Petrobras, que priorizava projetos de baixo carbono, como os parques eólicos em alto mar, em detrimento dos investimentos em refinarias, algo que desagrada profundamente ao presidente. Em janeiro deste ano, Lula anunciou a retomada das obras da refinaria Abreu e Lima, enfatizando sua prioridade em aumentar a capacidade de refino de petróleo e produção de óleo diesel no país.
Mercadante, por sua vez, expressou apoio a mais investimentos nas plantas de refino da Petrobras e sinalizou uma possível mudança na política de preços da companhia, convergindo com uma orientação mais alinhada aos interesses de Lula.
O impasse mais recente envolveu a decisão da Petrobras de adiar o pagamento de dividendos extraordinários aos acionistas, um movimento ao qual Prates se opôs, abstendo-se na votação sobre o assunto durante a assembleia de acionistas.
O sucessor
Além de Aloizio Mercadante, outros nomes considerados para a presidência da Petrobras são Magda Chambriard, ex-diretora geral da ANP; Rafael Dubeux, indicado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e Ricardo Savini, fundador da 3R Petroleum.