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Lula tinha "pleno conhecimento" e "comando" de esquema de corrupção na Petrobras, diz ex-diretor preso esta semana

Renato Duque, ex-diretor da Petrobras, foi preso em Volta Redonda após ser condenado por corrupção, associação criminosa e lavagem de dinheiro.

Imagem Reprodução: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Imagem Reprodução: Marcelo Camargo/Agência Brasil
  • Na manhã do último sábado (17), a Polícia Federal capturou Renato Duque
  • Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras
  • Após a condenação por corrupção passiva, associação criminosa e lavagem de dinheiro, Duque, portanto, fugiu e estava foragido

Na manhã do último sábado (17), a Polícia Federal capturou Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras, em Volta Redonda (RJ). Após a condenação por corrupção passiva, associação criminosa e lavagem de dinheiro, Duque fugiu e estava foragido.

A Justiça Federal de Curitiba (PR), por decisão da juíza Carolina Moura Lebbos, havia emitido o mandado de prisão em 18 de julho. A Polícia Federal prendeu Renato Duque em 2015, durante a 10ª fase da operação Lava Jato. No entanto, em 2020, as autoridades liberaram Duque, que saiu da prisão no Paraná e se mudou para o Rio de Janeiro.

A prisão deste sábado foi possível graças ao trabalho do Núcleo de Capturas da PF no Rio de Janeiro, que utilizou informações de inteligência para localizar o ex-diretor. Após concluir os trâmites legais, a Polícia Federal encaminhou Renato Duque ao sistema prisional do estado, onde permanecerá à disposição da Justiça.

Entre 2003 e 2012, Duque ocupou o cargo de diretor de serviços da Petrobras, sendo apontado pelas investigações da Lava Jato como peça-chave no esquema de propinas na estatal. De acordo com as apurações, a diretoria liderada por ele teria, portanto, arrecadado R$ 650 milhões em propinas. Isto, em contratos com empreiteiras entre 2004 e 2012.

Envolvimento admitido

Renato Duque, embora não tenha fechado acordo de delação premiada, admitiu envolvimento em crimes que comprometiam membros do PT. Dessa forma, incluindo os ex-ministros Antonio Palocci e José Dirceu, além do ex-presidente Lula. Em 2017, Duque afirmou em depoimento que Lula estava ciente e tinha controle sobre o esquema de corrupção na Petrobras.

Ele mencionou ter se encontrado com Lula em três ocasiões, em 2012, 2013 e 2014. Ainda, mesmo após ter deixado a diretoria da estatal e com a Lava Jato em andamento. Na época, a defesa de Lula negou as acusações, alegando que se tratava de mais uma tentativa de criar falsas alegações.

Em abril de 2022, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) rejeitou um recurso de Duque que buscava anular sua condenação na Lava Jato. A defesa, no entanto, argumentava que o processo deveria ser transferido para a Justiça Eleitoral, alegando indícios de crimes eleitorais. No entanto, o Tribunal Regional Federal já havia negado o pedido, por não identificar elementos que justificassem essa mudança.

Renato Duque

Renato Duque é um ex-executivo brasileiro que ocupou o cargo de diretor de Serviços e Engenharia da Petrobras, a principal estatal de petróleo do Brasil, entre 2003 e 2012. Ele foi, contudo, indicado ao cargo pelo Partido dos Trabalhadores (PT) e esteve diretamente envolvido em um dos maiores escândalos de corrupção do país, conhecido como Operação Lava Jato.

A Lava Jato, portanto, revelou um vasto esquema de corrupção envolvendo empresas de construção e políticos que manipulavam contratos com a Petrobras para desviar bilhões de reais. As investigações apontaram Duque como uma figura central no esquema, acusando-o de facilitar a arrecadação de propinas em troca de contratos da Petrobras com grandes empreiteiras. As autoridades o condenaram por vários crimes, incluindo corrupção passiva, lavagem de dinheiro e associação criminosa.

Embora não tenha firmado um acordo de delação premiada, Duque admitiu, em depoimentos, seu envolvimento em crimes que comprometeram figuras importantes do PT, incluindo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As suas declarações e o seu papel na Lava Jato fizeram dele um dos principais nomes associados ao esquema de corrupção na Petrobras.

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