- As bolsas globais tiveram um desempenho relativamente positivo no primeiro semestre
- Os ganhos no setor de tecnologia, impulsionados pelos investidores de inteligência artificial, contribuíram para essa performance positiva
- O desempenho do Ibovespa, portanto, só foi melhor do que o IPC do México, que caiu 8,62% no mesmo período
Apesar das incertezas no cenário externo, incluindo riscos geopolíticos e juros historicamente altos nos EUA, as bolsas globais tiveram um desempenho relativamente positivo no primeiro semestre. Os ganhos no setor de tecnologia, impulsionados pela euforia dos investidores com a inteligência artificial, contribuíram para essa performance positiva. Questões locais também influenciaram os resultados.
No ranking das 20 principais bolsas globais, apenas quatro registraram quedas no período de janeiro a junho, incluindo o Ibovespa. Incertezas fiscais pressionaram a bolsa brasileira, que encerrou o semestre com uma perda acumulada de 7,66%, de acordo com dados do Valor Data.
O desempenho do Ibovespa só foi melhor do que o IPC do México, que caiu 8,62% no mesmo período. Em terceiro lugar no ranking de desvalorizações está o CAC-40 da França, com uma queda de 0,85%. Completando a lista está o Xangai Composto, que registrou uma leve queda de 0,25%.
Resultado dos reflexos econômicos
Esses resultados refletem, no entanto, como as questões econômicas e políticas locais podem impactar os mercados, mesmo em um cenário global de crescimento impulsionado por avanços tecnológicos.
Na outra ponta, o índice Merval da Argentina disparou 73,31%, refletindo o otimismo dos investidores com a mudança de governo prevista para este ano. O segundo maior ganho foi registrado pelo Bist 100 da Turquia, com uma alta de 42,54%.
O índice Nikkei do Japão subiu, portanto, 18,28%, seguido de perto pelo Nasdaq, da bolsa eletrônica americana, que avançou 18,13%. O S&P 500, também dos EUA, registrou um crescimento de 14,48%, consolidando-se, contudo, como um dos melhores desempenhos entre os principais índices globais.
Efeito Milei: Inflação na Argentina cai a menor nível desde 2022
O Instituto Nacional de Estatística e Censos da Argentina (Indec) informou nesta quinta-feira (13), que a inflação mensal em maio atingiu 4,2%. A menor taxa registrada desde fevereiro de 2022. Esse dado representa um marco importante na trajetória econômica do país, sinalizando uma desaceleração na alta dos preços após um período prolongado de inflação elevada.
A divulgação deste índice ocorre em um momento de significativas mudanças políticas e econômicas na Argentina. Recentemente, o Senado aprovou, com algumas modificações, a Lei de Bases proposta pelo presidente Javier Milei. Este projeto ambicioso visa reduzir o tamanho do Estado e promover a desregulamentação da economia, medidas que Milei acredita serem essenciais para estimular o crescimento econômico e controlar a inflação.
Entre as principais mudanças promovidas pela Lei de Bases, no entanto, estão a privatização de empresas estatais, a flexibilização do mercado de trabalho e a redução de impostos. Essas reformas têm como objetivo atrair investimentos estrangeiros, aumentar a competitividade e criar um ambiente econômico mais dinâmico.
Dados comparativos
Em abril, a inflação na Argentina foi de 8,8% em comparação a março, marcando, dessa forma, a primeira vez desde que Javier Milei assumiu a presidência, em 10 de dezembro, que o índice ficou em um dígito em termos mensais.
Os dados de maio indicaram, no entanto, uma continuidade dessa tendência de queda, com a inflação mensal registrando 4,2%. Esse valor representa a quinta desaceleração consecutiva, refletindo uma possível estabilização econômica. Apesar dessa melhora, a inflação acumulada nos últimos 12 meses ainda é alarmante. Atingindo, assim, 276,4%, enquanto no acumulado do ano, o índice chegou a 71,9%.
No patamar mensal, os setores que mais contribuíram para a inflação em maio foram comunicações, dessa forma, com um aumento de 8,2% devido aos reajustes nos serviços de telefonia e internet, e educação, que subiu 7,6% em razão dos aumentos nas mensalidades escolares.