Lista elaborada pelo TradeMap traz nomes como Itaúsa, Banco do Brasil, WEG e Magalu; investidores de 13 a 25 anos buscam empresas com bom histórico de pagamento de dividendos.
Um levantamento realizado pelo TradeMap que tem como base as carteiras de cerca de 45 mil usuários do hub revelou as ações e os fundos imobiliários preferidos dos jovens brasileiros entre 13 e 25 anos (veja quadro abaixo). A lista é encabeçada pela Itaúsa (ITSA4), cuja ação aparece em 46% das carteiras de investimento dessa faixa etária. Em seguida, aparece o fundo imobiliário Maxi Renda (MXRF11), presente em 33% das carteiras. A terceira favorita entre os jovens é a ação da Magazine Luiza (MGLU3), com 28% de participação. Os dados foram compilados a partir das posições em carteira no dia 17 de junho.
O levantamento traz uma surpresa: mesmo com pouca idade, esse público costuma priorizar as empresas com bom histórico de pagamento de dividendos, que aparecem com frequência nos portfólios recomendados para aposentadoria. No lugar de empresas de tecnologia e de marcas mais populares, aparecem nomes tradicionais como WEG, Banco do Brasil e Taesa S/A. Quase a metade desses investidores tem até R$ 2,5 mil aplicados.
A Itaúsa pagou dividendos equivalentes a 4,2% do preço da ação nos últimos 12 meses e 7,6% em 24 meses. O pagamento do MaxiRenda foi de 10,9% em 12 meses, chegando perto de 20% em 24 meses. Quem foge a essa regra é a ação de Magazine Luiza. A MGLU3 pagou 0,5% em 12 meses e 2,35% em 24 meses.
“Embora pague menos dividendos que as outras da lista, o que explica a presença da Magalu é o fato de ela ser muito sugerida em podcasts e vídeos, material bastante consumido pelos jovens”
analisa Júlia Athayde, head de educação do TradeMap.
Segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), 19,8% dos investidores brasileiros têm entre 16 e 25 anos. De acordo com a B3, desde 2019 há um rejuvenescimento do público que investe em ações. Enquanto em 2018, pessoas de até 25 anos representavam 4% do total de investidores, em 2019, esse número dobrou, atingindo 8%. No primeiro trimestre de 2022, 12% dos investidores cadastrados na Bolsa pertenciam a essa faixa etária.
Para Júlia, do TradeMap, essa alta do público jovem pode estar relacionada à digitalização das negociações, que tornaram o universo das ações mais atrativo e acessível. Outra explicação pode estar no aumento da produção e da difusão de conteúdos sobre educação financeira na internet. Segundo dados da Anbima divulgados no relatório “FInfluence” – termo que se refere aos influenciadores que falam de investimentos –, os 277 influenciadores mapeados possuíam um público de 91,5 milhões de seguidores em dezembro de 2021.
Confira a lista das 10 ações e fundos imobiliários mais populares entre os jovens: