- Segundo uma pesquisa do Ipsos, a maioria dos brasileiros acredita que o Brasil está “na direção errada”
- Quando questionados sobre suas maiores preocupações, 46% dos brasileiros apontaram o crime e a violência
- Os episódios violentos durante a recente tragédia no Rio Grande do Sul contribuíram, portanto, para o aumento dessa percepção de insegurança entre a população
Segundo uma pesquisa recente do instituto Ipsos, a maioria dos brasileiros acredita que o Brasil está “na direção errada”. 57% da população compartilha essa visão, marcando o maior índice registrado no atual mandato de Luiz Inácio Lula da Silva. Por outro lado, 43% dos entrevistados consideram que o país está no caminho certo, uma diminuição de quatro pontos percentuais desde abril.
Com os novos resultados, o Brasil subiu da 22ª para a 21ª posição no ranking das populações mais críticas aos rumos do próprio país. Isto, contudo, ultrapassando a Polônia.
No entanto, os brasileiros ainda têm uma visão mais positiva do que a média global, considerando os 29 países pesquisados no levantamento “What Worries the World”. Mundialmente, 62% dos entrevistados afirmaram que suas nações estão “na direção errada”.
Ao serem questionados sobre suas maiores preocupações, 46% dos brasileiros apontaram o crime e a violência. Onde teve, um aumento de cinco pontos percentuais em relação a abril.
Segundo Marcos Calliari, CEO da Ipsos, os episódios violentos durante a recente tragédia no Rio Grande do Sul contribuíram para o aumento dessa percepção de insegurança entre a população.
“Essa interpretação se deve principalmente ao grande número de fatos midiáticos relacionados a crimes, incluindo assassinatos, desaparecimentos e violências ocorridas devido às enchentes. Alguns roubos e atos de pirataria durante as enchentes também contribuíram para esse aumento. A mídia tem destacado muito essas notícias, o que impressiona bastante os brasileiros, levando crime e violência ao topo das preocupações novamente”, aponta O Globo
Apenas as populações do Chile (69%), Suécia (64%), África do Sul (56%), Peru (54%) e México (52%) demonstram, dessa forma, uma preocupação com a violência maior do que a dos brasileiros.
Preocupações declaradas
No mês passado, a principal preocupação dos brasileiros era a saúde pública. A qual, agora caiu para o segundo lugar, sendo citada por 40% das pessoas. A pobreza e a desigualdade social, contudo, ocupam a terceira posição, mencionadas por 39% dos entrevistados.
Globalmente, as pessoas veem a inflação como o maior problema, com 34% das menções. Esse tema, no entanto, preocupa 51% dos argentinos e 50% dos americanos, enquanto no Brasil apenas 23% apontam a alta dos preços como sua maior preocupação, colocando o país na 26ª posição entre os mais alarmados com a inflação.
A pesquisa “What Worries the World” entrevistou 24.686 pessoas de 29 países por meio de um painel online, durante o período de 15 de abril a 3 de maio. No Brasil, participaram aproximadamente mil respondentes com idades entre 16 e 74 anos. O Ipsos ressalta que, no país, a amostra não representa necessariamente a população geral. Mas sim, uma parcela “mais conectada” dos brasileiros. Esta, mais concentrada em centros urbanos, com maior poder aquisitivo e nível educacional mais elevado que a média nacional.
A margem de erro, contudo, é estimada em 3,1 pontos percentuais para mais ou para menos.