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Mau Presságio? BTG rebaixa Banco Inter de Compra para Neutro

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O BTG Pactual, em uma mudança significativa de postura, rebaixou sua recomendação para as ações do Banco Inter de “compra” para “neutro”. Essa revisão ocorre após um período de forte alta nas ações do banco, que registrou um aumento de 26% apenas neste mês e impressionantes 155% desde o início do ano. Essa escalada rápida levou o BTG a descrever o movimento como “too fast, too furious” (demasiado rápido, demasiado furioso).

O analista Eduardo Rosman, conhecido por sua visão otimista em relação ao Banco Inter, apontou que a ação agora é negociada a 1,55 vezes o valor patrimonial (book value) e 11,9 vezes o lucro estimado para o próximo ano. Um ponto crítico observado por Rosman é o Retorno sobre o Patrimônio (ROE) do Banco Inter, que se situa em 5,6% no final do terceiro trimestre.

Apesar da revisão atual, Rosman continua confiante no crescimento do ROE do Banco Inter ao longo dos próximos trimestres, prevendo que ele se aproxime de 15% no final do próximo ano e potencialmente ultrapasse esse patamar a partir de 2025. O preço-alvo para a ação foi mantido em R$ 31, o que representa um potencial de valorização de 10% em relação ao preço atual de R$ 28,22.

Interessante notar que o BTG iniciou sua recomendação de compra para o Banco Inter no final de março, quando as ações eram negociadas a R$ 7,40 e 0,42 vezes o valor patrimonial. A recomendação foi reiterada em diversos relatórios desde então.

Rosman esclarece que, apesar do valuation atual não parecer tão caro ao se considerar as estimativas de crescimento, a redução do custo de equity e a perspectiva de um ROE ultrapassando 15% no final de 2024 e se aproximando de 20% nos anos seguintes, ainda há cautela devido ao ROE atual de apenas 5,6%. Ele ressalta que o valuation atual já parece precificar a expectativa de um ROE de 15% para o próximo ano “como algo dado”.

O analista também enfatiza que, embora existam grandes chances de essa projeção se concretizar, o “risco de execução existe”. Para alcançar esses objetivos, o Banco Inter precisa acelerar sua carteira de crédito, continuar aumentando sua margem de juros líquida (NIM), diluir as despesas operacionais e, crucialmente, reduzir as provisões para devedores duvidosos.

Este cenário apresenta um desafio tanto para o Banco Inter quanto para os investidores. Por um lado, o banco demonstra potencial de crescimento significativo e melhorias na rentabilidade. Por outro, o mercado reflete uma abordagem mais cautelosa, ponderando o desempenho atual contra as projeções futuras. Investidores e analistas deverão acompanhar de perto os próximos movimentos do Banco Inter, avaliando cuidadosamente o equilíbrio entre riscos e oportunidades.

Ações operam em queda

Em uma reviravolta no mercado financeiro, as ações e os Brazilian Depositary Receipts (BDRs) do Banco Inter (INTR; INBR32) apresentaram uma queda superior a 6% no fechamento do pregão desta quarta-feira (22). Essa reação do mercado vem na esteira da decisão do BTG Pactual de rebaixar sua recomendação para as ações do banco de “compra” para “neutra”.

A revisão da recomendação pelo BTG Pactual é embasada na análise de que o recente rali dos papéis do Banco Inter pode ter avançado mais rapidamente do que a recuperação dos resultados operacionais da instituição. Essa discrepância, conforme destacado pelo banco de investimentos, exerce pressão sobre os múltiplos de valorização do papel.

No relatório, o BTG Pactual expressa a visão de que os movimentos das ações do Banco Inter foram “muito fortes e, principalmente, velozes e furiosos”. Apesar de reconhecer as perspectivas de melhoria para os próximos trimestres, o banco destaca que o atual Retorno sobre Patrimônio (ROE) do Banco Inter, situado em 5.16%, é considerado baixo. O ROE é uma métrica crucial para avaliar a rentabilidade de instituições financeiras.

Para melhorar seu desempenho, o BTG sugere que o Banco Inter deve focar em quatro áreas principais: i) aceleração da carteira de crédito; ii) aumento das margens; iii) diluição das despesas operacionais; iv) redução do custo de risco. Estes elementos são fundamentais para aprimorar a rentabilidade e o posicionamento competitivo do banco.

Apesar das ressalvas, o BTG Pactual manteve o preço-alvo para o BDR do Banco Inter negociado na B3 em R$ 31, indicando um potencial de valorização de 9% em relação ao preço atual.

O Banco Inter, por sua parte, apresentou um cenário mais otimista em seu balanço recente. No terceiro trimestre de 2023, o banco reportou um lucro líquido de R$ 104 milhões, revertendo o prejuízo líquido de R$ 29,5 milhões do mesmo período em 2022. Além disso, houve um crescimento expressivo na receita bruta total, que atingiu R$ 2,1 bilhões, comparado a R$ 1,5 bilhão no ano anterior.

No mesmo período, a base de clientes do Banco Inter cresceu para 29,4 milhões, ganhando um milhão de novos clientes. O banco também registrou um aumento significativo no número de clientes de serviços globais, chegando a 2 milhões, e destacou a eficiência de suas estratégias de cross-selling.

Em relação à saúde financeira, o Non-Performing Loan (NPL) do Banco Inter manteve-se estável em 4,7%, refletindo um mix equilibrado na carteira de crédito e uma melhoria no perfil de risco dos novos clientes de cartão de crédito. O total da carteira de crédito alcançou R$ 28,4 bilhões. Além disso, o banco enfatizou seu baixo custo de funding como uma vantagem competitiva no mercado.

Este conjunto de fatores ilustra um cenário complexo para o Banco Inter. Por um lado, o banco demonstra sinais claros de recuperação e crescimento. Por outro, o mercado reage com cautela às avaliações e recomendações de analistas, reforçando a necessidade de uma análise equilibrada do desempenho financeiro e das perspectivas futuras da instituição. Acionistas e investidores devem acompanhar de perto esses desenvolvimentos para tomar decisões informadas.

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